Pais autoritários

“Eu sei o que é melhor pra você! Sou seu pai!”. Frases como essa muitas vezes denunciam um modelo de pais: autoritários.

Pais autoritários pensam que, por serem adultos e pais, devem decidir sobre a vida dos filhos sem levar em consideração o que pensam e o que desejam. Não conseguem perceber que nem sempre o que imaginam ser o melhor para seu filho realmente é. Esses pais costumam ter idéias pré-estabelecidas sobre várias situações e não abrem espaço para que a criança possa questionar, falar dos seus sentimentos e insatisfações.

Crianças nascidas em famílias que exercem um modelo de educação rígida parecem sair da maternidade com um manual anexado: vai estudar em tal escola, fazer tal esporte, vai seguir tal carreira, seguir tal religião! Os pais autoritários tornam-se agressivos quando algumas crianças desconsideram pelo menos algumas das regras deste “manual”. Sendo assim, a maioria das vezes o que assistimos são crianças e jovens que se tornaram passivos e não conseguem se permitir desconstruir as regras do jogo. Outros acabam adoecendo como tentativa de salvar-se desse aprisionamento familiar.

Alguns jovens dizem sentirem-se culpados porque não estão conseguindo realizar o sonho dos pais, quando, por exemplo, negam-se a seguir determinada carreira. Ao mesmo tempo não encontram forças para falar dos seus próprios sonhos ou quando falam não conseguem de fato serem ouvidos. Ficam muitas vezes paralisados (não conseguem estudar, passar no vestibular ou continuar o curso) ou seguem um caminho estranho a eles. Dentro destas duas alternativas penso que a primeira pode ser compreendida como saudável, pois ainda que não consigam falar por palavras sobre suas insatisfações, suas ações conscientes ou inconscientes podem provocar mudanças no processo.

Filhos de pais autoritários vivem um misto de sentimentos: o respeito se mistura com o medo

Pais autoritários são aqueles que chamamos no senso comum de “donos da razão”: são controladores, rígidos e inflexíveis. Usam, muitas vezes o castigo, agressões verbais ou físicas como instrumento para “coagir” ou ainda “corrigir” o que chamariam de desvio de conduta. Por medo de perder o controle, perdem o controle!

Nas famílias onde pelo menos um dos pais age desta forma não há diálogo ou troca de idéias. Geralmente é uma figura inibidora e todos acabam compactuando, mesmo sem concordar, com sua forma de pensar e agir.