Sangramento na gravidez: o que pode ser? Veja os principais problemas

A gravidez se caracteriza pela ausência de menstruação: não à toa, o atraso dela é um dos primeiros sintomas de que você terá um bebê. Em alguns momentos, entretanto, pode acontecer de haver sangramento durante a gestação. Motivo para se desesperar e sair correndo para o médico? Nem sempre. Saiba como identificar os tipos de sangramento normais na gravidez e quais problemas eles podem estar indicando.

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Causas de sangramento na gravidez

De acordo com a Dra. Mariana Scombatti Filipe, especializada em ginecologia e obstetrícia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da UNESP, em Botucatu, o tipo de sangramento que, em geral, deve provocar um alerta, é abundante, vermelho vivo e acompanhado de cólicas. A médica descreveu as principais causas de sangramento na gravidez.

  • 1º mês
    Cerca de quatro semanas após a fecundação, o embrião é implantado na parede uterina. Isso pode causar o rompimento de vasos sanguíneos no local e gerar um sangramento discreto (apenas raias de sangue na calcinha), por dois ou três dias. Aqui, o fluxo geralmente não é intenso. 
     
  • Até o 3º mês
    Pode ocorrer sangramento devido ao descolamento do saco gestacional, que está se moldando à parede uterina. O sangue se parece com borra de café e é eliminado em pequena quantidade, em vários episódios e sem dor.  “O ginecologista deve ser consultado imediatamente, e o repouso será fundamental”, recomenda Mariana. É nesta fase que ocorrem os casos de doença trofoblástica gestacional (quando, por desequilíbrio genético, a placenta e o feto não se desenvolvem de forma adequada, e as células do embrião formam sacos de líquido) e gravidez ectópica (aquela que ocorre fora da cavidade uterina). Se o sangramento é mais intenso e associado a cólicas, temos que pensar em aborto.


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  • A partir do 3º mês
    Os sangramentos são menos comuns nesta fase. Depois do 5º mês, pode sinalizar um problema conhecido como placenta prévia – a placenta se fixa em um local fora da porção média do útero (como é normal). Este distúrbio deve ser diagnosticado o quanto antes. O sangramento é vermelho-vivo, abundante, ocorre várias vezes e não há cólicas.
     
  • A partir do 7º mês
    O risco é de outro tipo de sangramento: descolamento prematuro de placenta. O sangramento pode ser tanto vermelho-vivo como escuro, em pequena quantidade. “O que chama a atenção é a dor, cólicas muito fortes e contrações persistentes. A situação é grave, trata-se de uma emergência”, alerta a médica.
     
  • No nono mês
    Acontece o sangramento mais esperado: o relacionado ao trabalho de parto. Normalmente, ocorre junto com as contrações e não é intenso. Neste momento, o esperado é que a gestante já esteja acompanhada do médico.