Todo cuidado é pouco! > O que fazer?

Conheça algumas dicas sugeridas pelo manual para evitar os acidentes mais comuns e socorrer as crianças:

Quedas e traumas

Previna!

Coloque grades protetoras no berço, na cama e nas janelas

O bebê-conforto deve ficar no chão e com o cinto de segurança afivelado

Utilize antiderrapantes para evitar escorregões graças ao piso e a tapetes

Proteja as bordas pontiagudas ou cortantes dos móveis

Sinalize os vidros de portas, separações ou janelas

Não deixe cadeiras ou outros móveis debaixo de janelas

Mantenha vigilância contínua durante as brincadeiras em áreas externas e observe as condições de manutenção dos equipamentos no parquinho

Não permita acesso a objetos perigosos ou cortantes, como facas, furadores, martelos, alicates, chaves de fenda, serra e outros

Armas de fogo e armas brancas devem ficar inacessíveis, nunca sob colchões ou em gavetas

Socorra!

O primeiro passo para cuidar de ferimentos é a assepsia: lave intensa e profundamente o local com água e sabão neutros ou soro fisiológico. A seguir, use um antisséptico, derivado de iodo. Em geral, é melhor manter pequenos machucados sem tampar para secar e para que seja observada a cicatrização. Se houver um corte sangrando muito, deve-se comprimir com gaze ou pano limpo para estancar e levar a criança os mais rápido para o hospital. Dependendo de quanto tempo passe, não será mais possível suturar, se for o caso, e a cicatrização será mais difícil.

Dra. Renata Waskman afirma que quanto maior a altura, mais grave é a queda, e os adultos devem estar calmos para avaliar a situação, observando a respiração e se a criança está consciente. Caso pareça tudo bem, o responsável deve pegar a criança no colo sem apertá-la e procurar acalmá-la. Para não surgir um ‘galo’ ou um hematoma, é bom comprimir o local e colocar gelo. Se estiver inconsciente ou sem respiração, ou apresentar dor no pescoço, cabeça ou costas é melhor esperar o resgate. Dr. Renata recomenda observação atenta por 12h. Caso haja alteração de temperatura, sonolência fora de hora, irritação, choro incontrolável é melhor comunicar o médico. Mesmo se a criança bater com a cabeça ela pode dormir, especialmente se for em horário habitual. Devemos nos preocupar apenas se ela fugir da rotina.

Queimaduras

Previna!

Teste a temperatura da água do banho com cotovelo

Sempre verifique a temperatura de mamadeiras e outros alimentos quentes

Não manuseie líquidos ou alimentos quentes com a criança no colo

Cabos de panelas devem ficar voltados para dentro do fogão

Não deixe o ferro de passar e outros aparelhos elétricos próximos às crianças

Não exponha crianças ao sol entre 10h e 16h

Socorra!

A primeira ação é esfriar a lesão, banhando com água em temperatura ambiente durante 10 a 15 minutos. É importante lembrar que o ferimento não deve ser friccionado para que as bolhas não arrebentem e que soluções caseiras como pastas de dente e outras só pioram a situação. O local deve ser coberto com pano limpo e seco.

Afogamentos

Previna!

Não deixe a criança sozinha durante o banho, principalmente na banheira

Cuidado com o vaso sanitário: mantenha a porta do banheiro fechada e se possível utilize um lacre na tampa do vaso

Nunca deixe baldes, bacias ou tanques com água acessíveis às crianças

Mantenha vigilância contínua em piscinas, praias ou rios, mesmo com a criança usando bóia e mesmo que a piscina seja rasa

Socorra!

Nos casos de afogamento é muito comum que, na pressa, o socorrista se esqueça que ele mesmo não sabe nadar. Mais uma vez, pensar antes de agir é fundamental. Chame o resgate. Retirada a criança da água, o primeiro passo é observar a respiração e caso seja necessário, comece as manobras de ressuscitação. É importante retirar as roupas molhadas e esquentar a vítima. Se estiver respirando, vire-a de lado até a chegada do socorro.

Asfixias, sufocações, engasgos

Previna!

A criança deve ser alimentada sentada à mesa ou na cadeirinha de alimentação

Não permita que brinque ou corra durante as refeições

Cuidado com objetos muito pequenos como grãos de cereais, caroços de frutas, chiclete, balas duras, botões e moedas

Ofereça brinquedos apropriados à faixa etária

Tire a embalagem de talco do alcance das crianças

Não coloque cordão ou presilha de chupeta ao redor do pescoço do bebê

Sacos plásticos devem ser inacessíveis às crianças

Use lençóis, mantas e cobertores bem presos ao colchão.

Socorra!

Não existe um sintoma isolado que garanta a presença de corpo estranho nas vias aéreas. Sendo assim, diante da suspeita de aspiração, a avaliação médica é obrigatória.

Em caso de aspiração, o socorrista deve encorajar a criança a continuar tossindo. Nos casos suspeitos de obstrução completa das vias aéreas superiores – quando a tosse é ineficaz, “sem som”, há aumento na dificuldade respiratória acompanhada de “ruído”, boca, mãos ou pés ficam arroxeados ou há perda da consciência – convém iniciar as manobras de liberação das vias aéreas superiores.

Se o paciente tiver mais que quatro anos, o socorrista deve abraçá-lo pelas costas e comprimir seu abdome. Lactentes devem ser colocados de barriga para baixo e a região posterior deve ser pressionada. Não tente tirar o objeto com os dedos ou respiração boca-a-boca, sob risco de transformar uma obstrução parcial em total.

Intoxicações

Previna!

Guarde medicamentos e produtos de limpeza em local seguro

Prefira produtos químicos que tenham embalagens com tampa de segurança

Siga as orientações do fabricante para o uso adequado dos produtos

Evite plantas consideradas tóxicas, como comigo-ninguém-pode, costela-de-adão, saia branca, espada-de-são-jorge e chapéu de napoleão, entre outras.

Socorra!

Inalação, ingestão, picada de animais peçonhentos. São muitas as substâncias e possibilidades de intoxicação e só um médico pode dizer o que é melhor fazer. O socorrista deve tentar descobrir o que causou o problema. No caso de produtos de limpeza e remédios é importante levar a embalagem para que a substância possa ser identificada e o tratamento prescrito. Nunca estimule vômito ou faça a criança beber, leve-a diretamente a um hospital.

Choques elétricos

Previna!

Use protetores nas tomadas

Substitua fios elétricos descascados

Não deixe fios pendentes de aparelhos eletrodomésticos

Socorra!

Para não sofrer do mesmo mal, desligue a chave geral e afaste a fonte de eletricidade com um material isolante, como um cabo de vassoura de madeira. É muito importante saber por onde a eletricidade entrou e saiu. “Ela pode entrar por uma mão e sair pela outra, entrar pela mão e sair pelo pé do mesmo lado ou entrar por um e sair pelo outro pé. Sabe-se o caminho porque dá pra ver um chamuscado preto. Deve-se resfriar entrada e saída com água e as lesões devem ser cobertas com pano limpo”, explica Dr. Renata. Deve ser observada respiração e batimentos e partir para manobras de ressuscitação, caso seja necessário.