É perigoso ainda ter ácido hialurônico no rosto anos após aplicação, como ocorreu com jornalista?

A jornalista e escritora britânica Alice Hart-Davis chamou a atenção recentemente por relatar que, por meio de uma ressonância magnética, descobriu resquícios de ácido hialurônico em seu rosto quatro anos após a última aplicação.

Por mais que a decomposição dele dependa de cada organismo, a média é de 12 meses, já que a substância não é permanente e deve ser naturalmente degradada pela enzima hialuronidase, produzida pelo corpo. Entenda mais abaixo.

Jornalista descobre ácido hialurônico no rosto após 4 anos

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Conforme escreveu Alice em seu blog, o “The Tweakments Guide”, havia 35 ml de ácido hialurônico entre suas bochechas, mandíbula, queixo, sob os olhos e outras linhas de expressão – o que a surpreendeu, pois tal quantidade foi maior do que a junção de todos os seus preenchimentos, feitos ao longo de vinte anos. O último foi há cerca de quatro.

As manchas vermelhas indicam preenchimento de ácido hialurônico no rosto de Alice
Reprodução/The Tweakments Guide

Ao questionar o profissional que fez o exame sobre o aumento do acúmulo, Alice entendeu que, por atrair água, o ácido hialurônico pode ter aparecido com um volume maior nas imagens de ressonância magnética.

“Dizer que fiquei chocada é o mínimo. No entanto, parte de mim não estava, porque relatos de preenchimentos de ácido hialurônico durando muito mais do que deveriam se tornaram um tema quente no mundo da estética nos últimos anos”, relatou ela.

Ácido hialurônico: entenda uso da substância

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Os populares preenchimentos com ácido hialurônico, na verdade, são feitos com um gel proveniente da substância. Tendo grande afinidade com a água e atraindo-a para o local onde é aplicado, ele visa o efeito de estruturação no rosto: melhora o contorno e trata rugas mais marcadas, por exemplo.

“Existem diferentes estilos deste gel. Alguns são mais finos e maleáveis, como os que aplicamos nos lábios. Já os mais ‘duros’ são indicados para áreas de contornos, como na mandíbula”, cita Fabiana Seidl, membra da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

Ácido hialurônico ficar muito tempo no rosto: é preocupante?

Os fatores que aceleram ou não a dissolução do gel do ácido hialurônico também dependem do fabricante e linha, mas é inquestionável a importância do estilo de vida. “Se a pessoa tem uma rotina mais agitada, com fatores que aumentem o estresse oxidativo, a velocidade de degradação será maior”, aponta a dermatologista.

Uma intervenção cirúrgica, com substâncias que degradem por completo o ácido hialurônico, só é indicada se há complicações consideradas tardias, como o corpo identificar o gel como um ser “intruso” e atacá-lo gerando infecções.

Mas a especialista garante que são raros os casos. “Às vezes preenchemos as olheiras de alguém e três anos depois o gel ainda pode estar lá. É comum, não significa muito. Se não gera malefícios deste tipo, pode ser mantido”, conclui Fabiana.

Procedimentos estéticos