Não há mulher (nem homem!) que não se coloque defeitos. Vez ou outra dá aquela vontade de melhorar o visual: deixar os lábios mais grossos, se livrar dos pés-de-galinha, rugas de expressão, ajeitar o nariz, enfim, apagar os rastros do tempo na face ou mesmo harmonizar os traços que a natureza nos deu. Afinal, um rosto bem cuidado, jovem e bonito é ótimo cartão de visitas! Pronto, primeiro passo dado – o querer. Agora, é a vez do poder. Pois é, dizem que um implica no outro, mas e o receio da dor e das terríveis cicatrizes, como fica? Medo não é mais desculpa! Para o alívio de quem teme marcas no corpo, antigos e novos procedimentos estéticos prometem rejuvenescimento facial sem cortes, ou seja, sem cicatriz, e, melhor ainda, sem dor. Fique por dentro!
Lifting invisível
Não é mágica, mas é mesmo invisível porque não deixa cicatriz. Ao contrário do lifting comum, que retira o excesso de pele e gordura facial através de cirurgia, o lifting invisível é uma técnica minimamente invasiva, que usa fios de fixação implantados pelo cirurgião por pequenos orifícios na pele. Nada de dor ou pós-operatório. A anestesia costuma ser local (com ou sem sedação, dependendo do número de fios implantados) e você pode ir para casa no mesmo dia.
O que tenho utilizado com bastante sucesso é a técnica de convergência temporal, uma evolução da técnica do fio russo que também usa os fios de polipropileno
1. Fios de ouro: Primeiro vieram os fios de ouro, colocados na camada de gordura logo abaixo da pele com o objetivo de retardar o envelhecimento e a flacidez. O material – ouro – faz brilhar os olhos de muita gente, no entanto, deve ficar só nas jóias. Ele não é recomendado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, segundo alerta o cirurgião Robert Bloch: “A técnica consiste na colocação de pequenos emaranhados de fios de ouro sob a pele, mas com freqüência pode causar inflamação e irregularidades na superfície do rosto”. Além disso, tem um resultado muito breve, sendo necessário ser retocado em algumas semanas ou poucos meses.
2. Fio russo: Depois veio o fio russo, que se tornou o queridinho do lifting invisível, sendo utilizado até hoje. Ele levanta as chamadas “bochechas de buldogue”, as sobrancelhas, elimina rugas e corrige o bigode chinês, aqueles sulcos entre a boca e as bochechas. Feitos de polipropileno, substância que não faz mal à saúde, os fios, com “garrinhas” que sustentam o tecido gorduroso, são introduzidos por um pequeno orifício na pele, guiados por microcânulas. São colocados cerca de oito a 20 fios nas partes superior, média e inferior do rosto, de acordo com a necessidade de cada paciente. Depois do sexto mês da aplicação dos fios, o que já era bom fica ainda melhor: os efeitos de rejuvenescimento chegam ao auge, porque ocorre a estimulação da produção de colágeno.
Mas, segundo o cirurgião Roberto Bloch, é preciso tomar muito cuidado com a técnica. “O polipropileno é um material frágil, que rompe com facilidade. Também pode acontecer de o fio ‘espetar’ a pele se a tração correta não for utilizada, tornando-se visível ao tato”, explica. E completa: “Se ocorrer um processo inflamatório, é muito difícil, por causa das garras, retirar os fios, o que pode causar problemas ao paciente”.
“O que tenho utilizado com bastante sucesso é a técnica de convergência temporal, uma evolução da técnica do fio russo que também usa os fios de polipropileno”, afirma o cirurgião plástico Waldyr Ceciliano, que cuida de beldades como Letícia Spiller na Clínica Korper, no Rio. Ele explica que são empregados, em média, três fios em cada lado do rosto, na parte média e inferior da face, promovendo um levantamento da pele flácida de forma segura.
3. Fios de náilon: Outra novidade é o thread lifting, que utiliza fios de náilon com o mesmo resultado do fio russo. “Esse tipo de lifting é ideal para pacientes jovens, a partir dos 30, 35 anos, que apresentam flacidez facial. Não é recomendado, porém, para os idosos, porque a pele deles não responde mais à tração dos fios. Aí só com cirurgia plástica mesmo”, aconselha o cirurgião Roberto Bloch, que diz que a idade para se submeter ao procedimento é até 45 anos. Segundo o médico, a quantidade de fios não costuma passar de quatro. “Para levantar o canto dos olhos, da boca e eliminar o bigode chinês, é feita uma pequena incisão no pólo superior de cada orelha, através da qual os fios são introduzidos com uma agulha longa”, explica Robert Bloch.
Após o lifting invisível, recomenda-se repouso por 48 horas, compressas, uso de protetor solar durante o dia e, caso haja esquimose (roxidão), não se expor ao sol. Os resultados costumam ser duradouros – de dois a três anos.
Preço médio: os liftings invisíveis podem variar entre R$ 1 mil e R$ 3 mil. Rosto completo, R$ 6 mil.
Do corpo para o rosto
A lipoestrutura facial é uma técnica que utiliza enxertos de gordura do próprio corpo para reverter o processo de envelhecimento da face e repor o tecido que vai sendo perdido ao longo dos anos. “Retiramos células de gordura vivas de certa região do corpo com uma cânula bem fininha, de 2mm. O procedimento é manual, ao contrário do que acontece numa lipoaspiração comum. Isso para não lesar essas células, que são pouco resistentes à pressão. Depois, as infiltramos no rosto com uma cânula menor ainda, de 1mm”, explica o cirurgião plástico Marco Túlio Amarante.
As células podem ser enxertadas em vários níveis do tecido facial, devolvendo volume, estimulando a formação de colágeno e promovendo o rejuvenescimento (sem paralisar os músculos, como é o caso da toxina botulínica). “É diferente dos preenchimentos, porque você coloca algo do seu corpo – a sua gordura – no seu próprio corpo, não havendo risco de rejeição”, explica.
Por conta disso, a lipoestrutura facial é de longa duração – costuma durar oito anos ou mais – e pode ser feita no próprio consultório, com anestesia local. Não há necessidade de internação. Depois do procedimento, recomenda-se repouso de 24 horas, drenagem linfática e não tomar sol enquanto houver alguma roxidão.
Outro tratamento inovador para o rejuvenescimento da face é a terapia celular com fibroblastos, células que produzem colágeno. O procedimento foi testado pelo laboratório Excellion em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF) e com a Clínica Dermatológica Paula Belotti. “Fazemos uma biópsia do paciente e dela retiramos células que produzem colágeno para então injetá-las novamente na face ou nas mãos, por exemplo”, explica a dermatologista Paula Belotti. Além de suavização das rugas e marcas de expressão, a técnica traz outros benefícios como a melhora da textura e rigidez da pele.
Preço médio: Lipoestrutura – entre R$ 800 e R$ 2 mil por porção do rosto. Rosto inteiro, R$ 6 mil.