Na estação mais quente do ano, não há como resistir aos apelos da alta temperatura: roupas curtas e fresquinhas, muitos programas ao ar livre e, claro, uma boa manhã na praia. Não tem erro: chegando o verão, muita gente corre para debaixo do sol com o intuito de abandonar de vez aquela cor branco-escritório e poder, finalmente, desfilar por aí com aquela charmosa corzinha dourada. É, mas nem todo mundo tem esse privilégio, seja por falta de praia ou piscina, seja por não ter o menor tempo para tomar um sol ou até mesmo por… odiar tomar sol. Se, mesmo assim, a vontade de apresentar uma pele dourada for mais forte do que esses ligeiros detalhes, não há por que fazer beicinho: há boas maneiras de obter um bronzeado bonito e uniforme, sem nem mesmo ter de vestir o biquíni. E o melhor: elas são saudáveis e não agridem a pele!
Que tal a idéia de se bronzear sem ao menos sair de casa? Esse é o objetivo dos autobronzeadores. Em gel, creme ou spray, eles são uma ótima alternativa para quem quer pegar uma cor, de forma segura, sem nem mesmo ter de se preocupar em achar um lugar na areia. A fórmula dos produtos é à base de DHA (dihidroxiacetona), que reage na camada mais superficial da pele e produz um pigmento chamado melanoidina, que provoca um efeito bronzeado. Essa substância é derivada da glicerina, tem origem vegetal e é aprovada pela Vigilância Sanitária. Já é usada em cosméticos há mais de três décadas. Ou seja: não há por que temer seu uso. Tudo bem que o efeito dura pouco – geralmente três dias -, mas é muito mais seguro do que se expor aos raios ultravioleta, que provocam manchas e câncer de pele. “É bacana, porque dá pra ficar bronzeada o ano inteiro, com uma cor supernatural. Sempre que eu tenho uma festa, um casamento ou simplesmente canso de ser branquela, apelo para o autobronzeador. O bom é que não descasca, não fica aquele aspecto feio. Sai rápido, mas é só aplicar de novo e pronto!”, diz a estudante Adriana Girardi, empolgada usuária dos produtos.
Pois é, realmente é fácil desse jeito. No entanto, alguns cuidados devem ser observados na hora de utilizar um autobronzeador. Antes de tudo, é necessário fazer um teste para verificar alergia ao produto. “Qualquer reação alérgica deve ser imediatamente cuidada pelo médico. Mas é possível evitar isso. Basta experimentá-lo em uma pequena área, um dia antes da aplicação definitiva. Pode-se fazer isso em áreas ocultas, como as axilas, por exemplo. Se houver reação alérgica, é melhor evitar o uso do produto”, orienta o médico Abdiel Figueira, da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Deu tudo certo no teste? Ótimo, vamos ao próximo passo, que é a esfoliação da pele, para remover as células mortas. Com isso, ela fica lisinha e, claro, o bronzeado mais uniforme. Isso vale tanto para o rosto como para o corpo. Depois, é só enxugar bem a pele, para que a água não interfira na absorção do produto. E aí, mãos à obra!
Mas aí você deve estar se perguntando: “já consegui um bronzeado bacana com esses produtos, tirei minha cor de morta, será que, mesmo assim, eu posso ir à praia?” Pode. Desde que use filtro solar, afinal pele bronzeada não garante proteção alguma contra os raios ultravioleta. “A pele bronzeada já tem alguma pigmentação que reduz as queimaduras, mas o uso do filtro solar é imprescindível contra as radiações que envelhecem a pele e provocam câncer”, afirma o dermatologista.
Bronze a jato
Há diversos produtos de autobronzeamento no mercado, inclusive os chamados bronzeadores a jato, que são sprays ou cremes de alta secagem. Como o próprio nome diz, eles secam imediatamente após a aplicação, evitando o longo tempo de espera para se vestir. O efeito é exatamente o mesmo dos outros autobronzeadores, com resultados aparecendo após duas ou três horas.
As clínicas de estética, é claro, também estão apostando nessa tendência e oferecendo sessões de bronzeamento. O procedimento é geralmente é o mesmo: esfoliação no corpo todo, banho para tirar os resíduos e aplicação do produto. Depois, é esperar secar e ir embora. Se a idéia é evitar marquinhas de biquíni, não precisa nem levá-lo. Para as mais tímidas, um alívio: algumas clínicas oferecem calcinhas descartáveis. “Temos procura o ano inteiro, até mesmo no inverno. A duração do efeito depende muito da pele. Tem gente que chega até a ficar uma semana bronzeada, mas é bom evitar usar esponjas ou buchas, para não esfregar demais. E pode passar hidratante e até mesmo ir à praia, sem problema algum. As aplicações duram de trinta minutos a uma hora, dependendo da necessidade de esfoliação. O resultado é bem uniforme e bonito, não fica nem um pouco artificial”, comenta a esteticista Fernanda Nunes, do Espaço Lancôme da Clínica Vent Vert, de São Paulo. O serviço custa, em média, R$60, mas há possibilidades de fazer pacotes, incluindo as reaplicações.
Outra forma de conseguir uma corzinha extra pode ser através da ingestão das pílulas de bronzeamento. Elas são feitas à base de aminoácidos que se encarregam de estimular a produção da melanina – que é o pigmento responsável pela cor da pele. Geralmente, são compostas produtos naturais – como o betacaroteno, derivado da cenoura, e vitaminas – mas existem aquelas que são feitos de aminoácidos sintéticos. A ação é a mesma: fazer com que a produção de melanina aumente e, desta forma, o tempo de exposição ao sol seja bem menor. Os ingredientes fazem a pele ganhar uma cor dourada mais rapidamente do que aquela que se obtém após horas e horas abaixo do sol. As pílulas podem ser encontradas em farmácias de manipulação, com apresentação de receita médica, ou em lojas especializadas. Apesar de não haver contra-indicação, é bom não abusar no consumo.
Câmara, nem pensar
Bem, já que estamos tratando de bronze sem sol, não custa nada falar um pouco das polêmicas câmaras de bronzeamento artificial. Já está todo mundo careca de saber dos perigos que representam à nossa saúde, mas ainda tem muita gente que recorre a elas para ganhar uma corzinha. Se você faz parte desse grupo, vale saber que os raios UVA e UVB presentes na máquina são fortíssimos e atingem as camadas mais profundas da pele, fazendo com que envelheça mais rapidamente e as chances de contrair um câncer se potencializem. Mas não é só isso: alguns medicamentos são sensíveis aos raios ultravioleta. “É preciso fazer um exame médico prévio, para que o bronzeamento artificial seja feito com responsabilidade. Há remédios que a pessoa toma que podem sofrer a interferência dos raios e produzir desde queimaduras até reações alérgicas que necessitam de internação”, alerta o doutor Abdiel, que se manifesta contra o uso das câmaras.
Quem faz peeling ou esfoliação também deve evitar as máquinas, por causa da sensibilidade da pele. Se já faz mal em uma pele que não foi esfoliada, imagina só o estrago que não vai fazer naquela que passou pelo procedimento! E se você tem alguma doença de pele, é melhor evitar qualquer tipo de bronzeamento. “É preciso sempre prevalecer o bom senso”, alerta o doutor Abdiel.