Em vez de dizer o que você mais gosta no seu corpo, talvez seja mais fácil dizer o que você não gosta, não é mesmo? Calma, quase toda mulher é assim. Quando se trata do corpo, qualquer coisa fora dos esquadros, seja por características genéticas, envelhecimento ou gravidez, é motivo de desconforto. E isso pode afetar o tanto o bem-estar psicológico quanto o social. Quem nunca deixou o mergulho na praia de lado por não estar segura para fazer o teste da areia? Ou sentiu vergonha de usar uma blusa por ter muito ou pouco peito? Essas são situações, de fato, incômodas, mas que podem ser resolvidas com a ajuda de um bom cirurgião plástico. Depois do guia de cirurgia plástica no rosto, o Bolsa de Mulher preparou para você o guia de cirurgia para o corpo.
Comissão de frente
Se a sua briga com o espelho se dá pelo tamanho exagerado dos seios ou pela falta de tecido mamário e pela flacidez, você pode recorrer, respectivamente, à mamoplastia de redução ou à famosa prótese de silicone.
Na mamoplastia de redução, o cirurgião faz uma pequena incisão e, através dela, retira o excesso de tecido mamário e de pele, tornando os seios mais proporcionais ao corpo e aliviando o peso, que pode prejudicar a coluna. O corte pode ser no formato de um “T” invertido, na aréola do peito ou, ainda, no sulco.
O formato do corte e, conseqüentemente, da cicatriz depende, segundo o Dr. Volney Pitombo, do formato da mama. “Não adianta a paciente querer escolher esse ou aquele tipo de corte. O cirurgião é quem deve decidir qual será a melhor incisão. Com certeza, ele fará o que ficar mais bonito e delicado no corpo da paciente”, explica. Mas não é preciso se preocupar com cicatrizes. “Elas estão cada vez menores e, hoje em dia, quase imperceptíveis”, garante o médico. Os pontos são retirados entre oito e quinze dias após a cirurgia.
Se o seu problema for apenas flacidez, a retirada do excesso de pele é suficiente para resolver o problema. Caso ache que os seios ficaram pequenos, você pode recorrer ao silicone. Na mamoplastia de aumento, faz-se o uso da prótese de silicone para enrijecer e diminuir a flacidez dos seios. Existem vários tamanhos de prótese, sendo possível escolher a que melhor se adeque ao biótipo da paciente. Cuidado com exageros.
O Dr. Volney explica que estamos na quarta geração de próteses: a de gel coesivo, ou seja, que gruda igual a chiclete e não sai do lugar. Cada vez mais confiáveis, o risco de uma prótese estourar é muito pequeno. A colocação do silicone é feita através de um corte ao redor da aréola, do sulco do peito, ou, ainda, pela axila. Depois, são dados alguns pontos que, em uma semana, podem ser retirados. Não se preocupe com o biquíni ou lingerie, porque as cicatrizes também são pouco notadas. Mas fique atenta ao movimento dos seus braços, principalmente nos primeiros dias. Segundo o Dr. Volney, dirigir, só com liberação médica.
O excesso de gordura retirado de um ou mais pontos do corpo pode ser enxertado em outras regiões, como o bumbum e os seios. Assim, substitui-se a prótese pela gordura do próprio organismo
Bumbum empinado
O silicone é mesmo milagroso. Além de projetar os seios, ele também dá aquela levantada no bumbum, nos livrando, de brinde, da flacidez. Sem cicatriz aparente! O Dr. Hernnane Medina explica que o corte para a colocação da prótese fica no sulco interglúteo. Ou seja, entre as duas nádegas, onde não pode ser visto. O procedimento é tão simples quanto nos seios, mas, ainda assim, se você preferir não colocar um “corpo estranho” no seu organismo, a medicina estética oferece outra opção.
Para aumentar o tamanho da paixão nacional, é possível enxertar sua própria gordura, retirada de outro ponto do corpo, para dar volume. A desvantagem, segundo o cirurgião plástico Lucas Calcado, é que a gordura pode ser absorvida pelo organismo, tornando o resultado menos permanente. O mesmo não acontece com as próteses de silicone, que são para o resto da vida.
Panturrilhas, coxas e braços…
As panturrilhas são quase ignoradas, mas, para quem as têm desiguais ou muito finas, por exemplo, o incômodo é grande. Já pensou em deixar de usar saias ou shorts nesse calorão tropical? O que pode ser feito para a correção das panturrilhas é, novamente, o implante de próteses de silicone. Elas estão em todas! Mas o Dr. Volney Pitombo adverte: “Esse procedimento deve ser feito apenas se for realmente necessário, porque podem surgir complicações que, faço questão de frisar, não acontecem nos seios ou no bumbum”. Segundo ele, as pernas são membros delicados, porque estão em constante movimentação.
Mas não é por isso que você vai deixar de ter suas coxas mais firmes! Para resolver o problema de flacidez na região, o lifting é ideal. Faz-se um corte na virilha, onde mal pode ser percebido, através do qual a pele é puxada. Subindo um pouquinho mais na nossa anatomia, a flacidez dos braços também pode ser esteticamente fatal para a mulher, que, desde cedo, aprende a regrinha de colar os braços junto ao corpo na hora de acenar. Para resolver a questão sem recorrer a técnicas ilusórias, a dica é o lifting de braço. Através de um pequeno corte na axila e na porção interna do braço, retira-se o excesso de pele e gordura. Pronto, um braço sequinho para acenar para quem você quiser, sem ter vergonha.
Para a barriguinha
O problema mais comum no abdômen é o excesso de gordura e a flacidez, tanto da pele quanto da musculatura. Quando nem academia salva, a abdominoplastia, combinada à lipoaspiração, pode ajudar, retirando o excesso de pele e gordura.
Depois dos 30 anos, quando a musculatura vai afrouxando, principalmente após a gravidez, é necessário, além de retirar pele e gordura, “amarrar” os músculos com pontos internos. Os pontos externos podem ser retirados entre o oitavo e o 12º dia após a cirurgia. Quem fez abdominoplastia, antes de engravidar, pode ter o resultado preservado, desde que, durante a gestação, o peso seja controlado. É o que informa o Dr. Volney Pitombo. Já uma nova gravidez deve ser programada após um ano de pós-operatório.
O preço a pagar por uma abdominoplastia pode pesar menos no bolso e mais no corpo: a cicatriz é maior do que a dos outros procedimentos cirúrgicos estéticos. Calma, nada grave! Apesar de similar à cicatriz da cesariana – um pouco menor ou um pouco maior – ela pode ficar escondida embaixo da calcinha do biquíni. E o seu umbigo, se necessário, será remodelado, ficando bem natural.
A tal da gordurinha!
A principal queixa da mulherada é, segundo o cirurgião plástico Hernanne Medina, a gordura localizada – seja na forma de culotes, de “dobras” nas costas, daquelas indesejadas gordurinhas que tendem a pular para fora das calças, entre outros. Detalhes que, se reparados, podem fazer toda a diferença. A solução é a lipoaspiração, que pode ser associada a outros procedimentos, como a abdominoplastia.
A lipo elimina o excesso de gordura de praticamente todas as partes do corpo, sem deixar marcas. As cicatrizes são imperceptíveis, porque a cirurgia é feita com cânulas (tubos) bastante finas, que sugam a gordura através de orifícios muito pequenos na pele.
Modelando o corpo
É possível, ainda, recorrer à lipoescultura para modelar o corpo. Alto lá! Lipoescultura não é a mesma coisa que lipoaspiração? Não. Enquanto a lipoaspiração dá aquela enxugada básica, a lipoescultura modela naturalmente.
O cirurgião plástico Lucas Calcado explica: “O excesso de gordura retirado de um ou mais pontos do corpo pode ser enxertado em outras regiões, como o bumbum e os seios. Assim, substitui-se a prótese pela gordura do próprio organismo”. Segundo o cirurgião, até mesmo celulite é possível reduzir com a técnica. Dr. Lucas garante, ainda, que essa pode ser a solução para pessoas que tenham as pernas arqueadas, formando um “buraco” entre uma e outra. Enxertando gordura nas coxas, é possível preenchê-lo.
Após a cirurgia
Na mesa de cirurgia, é mais comum o anestesista optar pela anestesia geral, até pela ansiedade do paciente. Mas a anestesia local também pode ser utilizada. O que pode aparecer são equimoses (manchas arroxeadas), comuns em toda cirurgia. Não é preciso se preocupar, porque elas somem sozinhas. Alguns medicamentos fitoterápicos, como a arnica, podem ajudar a prevenir manchas roxas e inchaços, mas devem ser tomados apenas sob prescrição médica.
Curativos com esparadrapo micropore devem ser trocados periodicamente pelo médico. No dia-a-dia, sutiãs e cintas modeladoras devem ser usados por duas semanas, inclusive na hora de dormir, comprimindo levemente o local operado. Não deixe, também, de fazer sessões de drenagem linfática, que ajudam muito na recuperação e na perda do inchaço.
O período de internação é bem curto – em média, um dia. Já em 10 ou 15 dias o paciente está recuperado. Enquanto isso, os médicos pedem que se faça repouso. E logo é possível voltar ao batente. Mas, é claro, isso varia de pessoa para pessoa. Há quem prefira sair e quem prefira ficar mais alguns dias no ninho.
Descanso após uma cirurgia nunca é demais, não é mesmo? Isso inclui descanso de banho de sol também, OK? É recomendado ficar três meses sem pegar uma corzinha. Exercício físico, só após um mês. Tomar um banho caprichado, geralmente após três dias.
O resultado definitivo da cirurgia, segundo os médicos, você só poderá ver, a partir, do segundo mês de pós-operatório. É preciso ter paciência. Essas são recomendações básicas, portanto, não deixe de procurar seu médico para esclarecer todas as dúvidas. Afinal, você não vai querer ter gasto um dinheirão à toa, vai? Cada cirurgia costuma sair, em média, entre R$ 5 mil e R$ 10 mil. Mas os médicos afirmam que só após avaliar o paciente será possível estabelecer um preço ao certo.
Cirurgia não é oba-oba
Existe um tempo certo para se submeter a uma cirurgia plástica no corpo. De acordo com o cirurgião plástico Hernanne Medina, o paciente deve ter mais de 16 anos. “É quando o corpo já está formado”, explica. Mas não é qualquer um que pode entrar na faca. “É preciso analisar a queixa, principalmente se a pessoa for nova. Constatada a necessidade de uma cirurgia estética para o bem do paciente, o médico não deve medir esforços. Mas, quando se trata de uma pessoa menor de 18 anos, só se deve fazer a cirurgia com a permissão dos pais”, afirma o Dr. Hernnane. “Grávidas, só depois da amamentação devem pensar em fazer alguma cirurgia plástica”, completa o Dr. Lucas Calcado.
Já ouviu falar em quebrar uma costela para afinar a cintura? Os médicos entrevistados pelo Bolsa de Mulher desaprovam completamente o procedimento, já que esse osso, segundo eles, protege órgãos como o fígado e o baço. “Para acentuar a cintura, é simples. Uma lipoaspiração resolve perfeitamente. Com isso, o bumbum acaba ganhando mais destaque, sem ser necessária a colocação de prótese”, explica o Dr. Lucas. E afirma, também, que, se a menina é “reta”, a prótese de mama e a prótese de bumbum bastam para mudar todo o visual. O que mais vale é a indicação, por parte do médico, da cirurgia correta. Assim, a tendência ao êxito é maior”, garante o cirurgião plástico Hernnane Medina.