Cor dos olhos, cabelos, formato de nariz e desenho de boca não são as únicas características que os pais podem passar para os filhos de forma hereditária. Pelo menos é isso que indica um recente estudo de pesquisadores dinamarqueses que investigam uma hipótese controversa: se as experiências de um homem podem alterar seu esperma e fazer com que essas mudanças, por sua vez sejam transmitidos à prole.
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Todo o conceito, divulgado em uma reportagem do jornal “The New York Times”, vai contra o pensamento padrão sobre a hereditariedade, mas uma série de experiências com animais nos últimos anos desafiaram a ideia convencional sobre o processo, sugerindo que algo mais está envolvido em todo o caminho.
Em 2010, por exemplo, o Dr. Romain Barres, da Universidade de Copenhague, alimentou ratos machos de laboratório com uma dieta rica em gordura e, em seguida, promoveu a reprodução com as fêmeas. Em comparação com ratos machos alimentados com uma dieta regular, aqueles que receberam alimentação com alta taxa de gordura geraram descendentes que tendem a ganhar mais peso, desenvolver mais gordura e ter mais dificuldade para regular os níveis de insulina.
Comer alimentos ricos em gordura é apenas uma das várias experiências que um pai pode passar os filhos. O estresse seria outro: ratos machos expostos a experiências estressantes geraram filhotes que apresentaram resposta mais significativas ao estresse.
A noção de que as respostas ambientais podem influenciar a saúde tem grandes implicações e, como os pesquisadores apenas estão começando agora a realizar estudos em seres humanos os resultados ainda são limitados e de conclusões consideradas pouco claras pela ciência.