Mulheres gordas existem e torná-las visíveis não é uma ameaça à saúde

A primeira vez em que Sol Mota (ou Mott Solé, se preferir) ouviu falar no termo “gordofobia” foi durante uma conversa entre amigos. O grupo consolava uma das mulheres presentes, que tinha sofrido rejeição do marido por estar gorda. Na hora, outra amiga abordou diretamente essa mulher, dizendo que isso era vil e mera gordofobia.

Sim, foi a primeira ocasião que Mott ouviu a palavra, mas não foi a única em que sentiu “o peso” em sua própria carne. Mott é ativista, atriz, escritora e define-se como “orgulhosamente gorda”.

Foi no momento em que viu como sua amiga foi afetada pelos comentários do marido que Mott começou a pensar na discriminação que sempre sofreu devido ao seu peso. A partir daí, a ativista criou o projeto STOP Gordofobia, dando espaço ao relato e troca de experiências positivas e negativas de mulheres de todo o mundo. Ela contou ao VIX sua motivação:

Solé conta, ainda, que lida diariamente com milhares de trolls, “educadores” improvisados ​​e alguns detratores que insistem em viver na era exclusiva dos corpos magros.

Todos estes esforços tiveram ainda mais relevância quando a modelo plus suze de Tess Holiday – que é uma inspiração para Mott – posou para a revista Cosmopolitan.

https://www.instagram.com/p/BnEMllvBVXX/

Se por um lado as redes sociais comemoraram a inclusão de uma figura diferente na conhecida publicação de moda e beleza, por outro, alguns usuários acusaram a revista de “normalizar” a obesidade e fazer com que parecesse algo “saudável”.

Diante do fato, Mott se cansou de falar repetidamente aos seus seguidores sobre o assunto, mas ainda assim considera que é necessário enfatizá-lo com a insistência dos “especialistas” no tema:

Mott reforça que a inclusão de mulheres como ela ou como Tess na mídia tradicional não apenas estimula aqueles que são gordos:

https://www.instagram.com/p/BnMEA4tBEq8/

O ativista explica com um exemplo tangível o grave problema da gordofobia, visto como algo cotidiano:

Mott fala especialmente de mulheres gordas porque, embora seja um fato que os homens acima do peso também sofram discriminação, sempre será mais viável perante a sociedade aceitar a imagem da “pessoa gorda, boa e querida”. Por outro lado, o conceito de “gorda, doente e fraca” é reforçado .

Solé está disposta a romper com estereótipos: ela é gorda porque decidiu ser e porque se sente confortável. Ela trabalha fora, circula em vários lugares, vai ao médico regularmente, se envolve em projetos altruístas e concluiu o processo que milhões de mulheres no mundo demoram anos para alcançar: ela aceitou a si mesma.

Esta ativista multifacetada está prestes a publicar o livro “Diálogos de Gorda”, um texto que reúne testemunhos anônimos de mulheres que sofreram discriminação por serem gordas, mas que, ao mesmo tempo, ganharam força com suas experiências.

https://www.instagram.com/p/Bm2aH3Ch_KO/

Como distinguir quando o insulto é disfarçado de preocupação?

https://www.instagram.com/p/Bm7HyGmB0sT/

As pessoas parecem ter um problema claro com a mulher obesa, mas elas raramente reprovam a mulher que fuma, que é muito magra ou que dorme pouco. Há gordofobia presente.

Ativistas como Mott não procuram impor seu peso e forma física a ninguém: são simplesmente exemplos vivos que a beleza e a aceitação se encaixam em todos os corpos. À medida que a perspectiva social avança, seria bom entender que o corpo de Mott e qualquer outra pessoa não é uma questão de domínio público.

Lições de autoestima

Original Author: Carol Sandoval Original Author URL: https://www.vix.com/es/users/carol-sandoval
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