Sua mãe parece sua irmã?

“Nossa, vocês são mãe e filha? Parecem irmãs!”. Quantas mulheres já não se sentiram anos mais jovens ao ouvirem uma exclamação como essa? A busca pela juventude eterna não é algo novo. No entanto, para uma nova geração que cresceu com a mensagem de que a aparência é o segredo para o sucesso, esta procura ganha novos contornos. Cremes, botox, plásticas: são muitos os tratamentos estéticos que prometem enganar o tempo. Até que ponto a estagnação da idade física é saudável para o psicológico?

Competição

Marízia Arreguy, psicóloga especialista em psicanálise e saúde mental, afirma que a conquista da jovialidade não é um problema, mas uma solução por ser benéfico para a autoestima da mulher. O que pode transformar esta vitória em algo prejudicial é quando ela gera uma competição entre mãe e filha. “Já vi muitos casos em que a mãe tenta ser mais jovem e mais bonita que a filha. Existem até situações em que as mães chegam a flertar com os amigos da filha. Isso, sim, é muito prejudicial para a relação das duas”, ressalta.

Esta questão se torna ainda mais delicada pelo fato de a herdeira ter a genitora como um espelho, do qual vai tirar os subsídios da sua sexualidade e feminilidade. “Ela tem a mãe como uma modelo e, se ela passa a competir com a filha, não tem como a criança ter uma educação saudável”, alerta Arreguy, que analisa o efeito prejudicial da competição dentro de casa: “Competir é saudável, mas tem limites. Na relação entre mãe e filha, ela não deve existir. Cada um deve cumprir o papel e dar o máximo de si para que o outro possa ser feliz e se desenvolver de forma saudável”, revela.

A aparência é superestimada na sociedade contemporânea, continua a psicóloga, principalmente através dos canais midiáticos que relacionam sucesso profissional, amoroso e pessoal à estética perfeita. “Neste contexto, tudo o que é subjetivo fica em segundo plano. A mídia é um pouco responsável por isso. Eles fazem um apelo visual e a quantidade de informações que a criança recebe desde cedo cria um amadurecimento precoce. Ela coloca o dedo no mouse e já pode transitar pelo computador plenamente, tendo acesso a um volume de informação muito grande”.

Segundo a psicóloga, as pessoas priorizam a informatização, lidam com tudo o que é aparente e esquecem que o emocional tem sido deixado de lado. “Essa é a questão que mais deve ser tratada e cuidada”, revela Marízia Arreguy.

Qual o segredo da juventude?

Aos 35 anos, a modelo e atriz Nana Gouvêa passa com louvor por “irmã mais velha” das filhas, Daphynie, de 17, e Angel, de 16. Nana procura levar uma vida física e espiritual saudável com muita academia, meditação e alimentação saudável, apesar do doce, sua tentação. “Eu malho e se pudesse malharia todos os dias, porque adoro. Procuro manter também uma alimentação saudável, não como carne vermelha, evito comer muita massa, como muitas frutas e legumes. Tenho boas noites de sono. É raro eu dormir pouco, porque não tenho muita vida noturna, sou muito diurna. Uma dica legal é a meditação: dá um gás e uma energia muito boa”, revela.

A genética e o fato de ter dado à luz pela primeira vez aos 16 anos são, para a atriz, o motivo para a grande semelhança de idade entre ela e as filhas. “As pessoas acham que somos amigas. Eu e minhas filhas temos uma relação de muita amizade, muito carinho, estamos sempre nos abraçando e beijando. Já houve situações em que acharam que éramos um casal de lésbicas, ou que realmente somos irmãs. Já aconteceu também de confundirem a minha filha comigo, de olharem para ela e falarem: ‘Ih, olha a Nana Gouvêa!'”, diverte-se. A modelo confessa: “Eu acho isso o máximo! É muito gostoso para uma mãe se parecer com a sua cria”.

O segredo da juventude eterna, para Nana, não existe, mas levar uma vida saudável é um começo. “No meu caso, o melhor tratamento de beleza que já fiz foi parar de fumar. É impressionante como tudo melhora! O sono, a pele, o cabelo, até a celulite melhora! Eu comecei a fumar aos 19 anos. Nesse meio tempo já voltei e parei de fumar várias vezes. É um vício difícil de largar, foi o único que eu me permiti ter ao longo da minha vida. Nunca usei drogas e não bebo, mas o cigarro me pegou. Foi uma burrice, mas agora tenho que lidar com isso”, lamenta.