Ah, a primavera! Já dá para sentir o aroma das flores pelas ruas de Paris! Mal chegou a estação e as floriculturas estão lindíssimas, cheias de vida, de cores e de gente. Com esse clima (e fragrância!) primaveril no ar, nada melhor do que falar de… perfume! Afinal, cá estou eu na terra dos mais famosos e luxuosos do mundo! Além disso, que mulher, no mundo, vive sem o seu precioso frasquinho, não é mesmo? E aqui, minha gente, perfume é coisa séria! Sair de casa sem uma borrifadinha é quase um crime nacional. Apure, portanto, o olfato e descubra o que anda fazendo a cabeça (ou o nariz!) dos franceses. Afinal, eles são experts no assunto!
Foi no século XVII que o perfume se tornou um artigo de luxo na Europa. Só reis, rainhas e membros da corte tinham acesso ao precioso líquido, verdadeiro sinônimo de nobreza. Nessa época, luvas perfumadas se tornaram super populares na França. O perfume era usado para espantar os maus odores e para disfarçar a falta de banho. O tribunal do rei Louis XV chegou a ficar conhecido, mais tarde, como “Tribunal Perfumado”, porque as fragrâncias eram aplicadas até na mobília! Nem a Revolução Francesa conseguiu brecar a produção de perfumes.
Quer arma feminina mais delicada e sutil do que uma boa fragrância? Não à toa a elegantérrima Coco Chanel disse que “o perfume anuncia a chegada de uma mulher e prolonga a sua saída”
Reza a lenda que o Parfum à la Guillotine foi o crème de la crème do momento.
Espertos, esses franceses! Eles logo sacaram todo o potencial do perfume, que nos reveste de uma aura sedutora, sexy e marcante. Quer arma feminina mais delicada e sutil do que uma boa fragrância? Não à toa a elegantérrima Coco Chanel disse que “o perfume anuncia a chegada de uma mulher e prolonga a sua saída”. Impossível viver sem um cheirinho! Mas como é difícil escolher o mais gostoso no meio de tantos!
Bom, se você ainda não elegeu o seu favorito, as francesas já: discretas e sofisticadas, elas preferem os perfumes mais refinados, que valorizam aromas tradicionais. Você sabia que o Chanel n° 5, onde predomina a fragrância de jasmim, é o mais vendido do mundo? Em 1920, Coco Chanel pediu ao parfumeur Ernest Beaux um perfume elegante e intemporal. Entre 10 amostras, a estilista escolheu a de número 5. Et voilà! Pois é, ele é número 5, mas é top 1 entre a mulherada aqui na França, que também adora o Interdit (Givenchy), o Trésor (Lancôme), o J’Adore, (Dior) e o Shalimar (Guerlain).
Na verdade, as francesas são loucas pelas notas florais. Li, outro dia, uma entrevista com Camille Goutal, filha da famosa Annick Goutal (fundadora da perfumaria que leva o mesmo nome), e ela dizia que as flores brancas são as que mais a fascinam, por várias razões: 1) o perfume, que enfeitiça e que muda ao longo do dia; 2) a procedência – quando sentimos o aroma das flores, nos sentimos convidadas a uma viagem imaginária, sim, mas fantástica, através dos campos de onde elas vêm; 3) a textura – doce, pura e leitosa, em contraste com um aroma poderoso.