Hoje em dia, o amor está cada vez mais camuflado. Reconhecê-lo em meio aos tantos disfarces que ele tem costumado usar e às brincadeiras de ilusionismo que, volta-e-meia, ele pratica com nossa cabeça e coração não é das coisas mais simples. É em meio a tanta procura e insegurança que entra a famosa prova de amor, seja como objeto de conquista ou sedução, mesmo que o que se queira provar, para algumas pessoas, permaneça um mistério. No entanto, o fato é que homens e mulheres amam e provam, a cada instante, o seu amor, e isso acontece em uma noitada ou em um chopinho depois da praia. Não que a prova de amor esteja banalizada, mas, como classificar pequenos gestos cotidianos, como acordar às 3h da manhã à procura de uma graviola para satisfazer os desejos da mãe do seu futuro filho? Seja nos atos grandiosos, seja no incosciente do dia-a-dia, o amor está se provando em todos os lugares.
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Medir ou quantificar o amor é tarefa de gincana. Até porque um detalhe não pode anular certos momentos e reações cobradas, por mais sinceras que sejam, no fundo, não são espontâneas. Os Titãs andam dizendo por aí, ou melhor, cantando por aí, que o amor não existe, apenas existem provas de amor. Será que essa é uma verdade absoluta? Como pensa o designer Ernesto Tello, o amor deve ser demonstrado pela esponateidade, e não por provas ou juras eternas. “Provas de amor acontecem no dia-a-dia. Ninguém tem que provar nada para ninguém. As provas, se é que são necessárias, vão surgindo naturalmente”, garante Ernesto.
Por outro lado, existem os que são fãs de carteirinha de um gesto, por menor que ele seja, como é o caso da chef Marcella Vasconcelos. Ela acredita que existam provas de amor intensas e simples, e que todas valem a pena. “Nunca dei uma grande prova de amor, mas já recebi. Uma vez, fiz uma viagem e meu então namorado, para ir me encontrar, vendeu o computador, o segundo maior amor da vida dele”, conta Marcella. Outra que concorda que alguns “esforços por amor” são necessários é a designer de interiores Dolores Marafelli, que acredita que provas de amor não necessariamente devem ser grandes, mas devem existir, desde o momento que sejam intencionais. “Tem coisas como servir café da manhã na cama, dar flores, que são irresistíveis e têm graça justamente por não serem corriqueiras”, acredita.
Já o nadador Rafael Thuin não acha essencial, mas acredita que vale a pena. Ele mesmo já deu uma prova de amor quase “mexicana” a uma mulher em uma praia deserta, quando combinou um encontro, e esperou-a em um cavalo com vinho e flores. ”Foi uma noite inesquecível, principalmente graças à colaboração dos apetrechos”, conta ele. Mas a história do publicitário Marcos Hosken é que faz muita gente babar de inveja. Um dia ele contratou uma artista de areia para desenhar em letras gigantescas uma declaração de amor na praia de Copacabana, em frente ao escritório onde ele e a namorada trabalhavam. “Logo cedo, passei um e-mail pedindo a ela que olhasse a praia. E ali a declaração ficou, durou um tempo e acabou, destruída pelo vento e pela chuva, assim como o nosso caso”, reflete ele, poético. Isso prova que nem as declarações mais inesperadas e criativas são provas de amor eterno, mas não deixam de ser bem instigantes e inesquecíveis.
Na verdade, existem provas e provas, assim como amores e amores. Um enorme esforço de qualquer sentido pode ser uma grande prova de amor, assim como um “fetiche”, pode ser a melhor realização de amor. Não devem existir regras. Se uma prova de amor é fundamental para acender ou gerar confiança em um relacionamento, que ela aconteça, mas que não seja cobrada a cada instante, afinal de contas, na escassez romântica em que nos encontramos, qualquer coisa vira prova de amor, até ser apresentado à família. Essa então, hoje em dia, vale medalha de ouro!