Hebe Camargo

O ícone feminino da TV brasileira nasceu no Dia Internacional da Mulher. Em 8 de março de 1929, em Taubaté, interior de São Paulo, nascia Hebe Camargo. Aos 80 anos – completados neste Dia da Mulher de 2009 -, Hebe teve uma infância humilde e começou a carreira artística cantando: ao mudar-se para São Paulo, em 1943, por conta de um novo emprego do pai, Hebe estreou no rádio, imitando Carmem Miranda em um programa de calouros.

Durante três anos, com a irmã Stela e as primas Maria e Helena, formou o Quarteto Dó-Ré-Mi-Fá, contratado pela Rádio Tupi. Depois disso, as irmãs formaram a dupla Rosalinda e Florisbela, que cantava músicas sertanejas. Com o fim da dupla, Hebe decidiu seguir sozinha, cantando sambas e boleros em boates – para tornar-se o mito televisivo que é hoje, como pioneira na apresentação de programas femininos.

Dizem que é um dos dois únicos brasileiros a possuir o Centurion Card, o mais exclusivo dos cartões American Express

O sucesso como cantora – ela era conhecida como “A estrela de São Paulo” – fez com que ela fosse convidada para estrear na televisão, em 1955, com o primeiro programa dedicado exclusivamente ao público feminino, “O mundo é das mulheres”. Para a estréia, Hebe muda radicalmente seu visual: os cabelos pretos foram pintados de louro e viraram sua marca registrada.Em 1964, Hebe casa-se com o empresário Décio Capuano, com quem tem seu único filho, Marcelo, hoje com 44 anos. Ao retornar à carreira, em 1966, passa a comandar um programa na Rádio Excelsior e o Programa Hebe, na TV Record, um sucesso de audiência desde a estréia.

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Mesmo com todo o reconhecimento e carinho do público, no fim da década de 1960, Hebe teve um hiato de quase 10 anos na televisão, retornando apenas em 1979, para a então Rede Bandeirantes (hoje Band). Em 1985, Silvio Santos a levou para o SBT. Estrela maior da emissora, com um salário digno do cargo, o programa Hebe estreou em 4 de março de 1986, e está no ar até hoje – em 22 de abril de 2006, chegou à marca do milésimo programa pela emissora. O famoso sofá do cenário virou um símbolo do show – e muitos artistas e celebridades já sentaram ali para bater um papo descontraído e sempre muito bem-humorado com a apresentadora, que em 1990 foi eleita pelo povo da capital, em uma pesquisa, “A cara de São Paulo”. Hebe Camargo é a “mais perfeita tradução” de São Paulo.

Sua vida amorosa incluiu o marido Lélio Ravagnani, com quem se casou, em 1971, após separar-se de Décio Capuano. Com Lélio – que era sistematicamente mencionado no programa e também tornou-se “parte da família” dos fãs da apresentadora – viveu até 2000, quando ele morreu.

Apesar de ter um público popular, Hebe Camargo está sempre com um visual impecável: exuberantemente vestida e abarrotada de jóias. Circula entre a alta sociedade paulistana, dirige carros importados e vive como uma milionária. Dizem que é um dos dois únicos brasileiros a possuir o Centurion Card, o mais exclusivo dos cartões American Express. Suas posições políticas – também levadas ao ar em seu programa, desde a estréia apresentado ao vivo – têm um cunho conservador, mas Hebe nunca deixou de se posicionar em relação a assuntos polêmicos, como a legalização do aborto, e de se indignar com a violência e a injustiça social.

Há 10 anos Hebe voltou a cantar: em 1999, gravou um disco e, em 2001, o segundo, muito badalado. Como é grande o meu amor por você – Hebe e convidados teve participações especialíssimas como Caetano Veloso, Chico Buarque, Fábio Jr., Simone, Nana Caymmi e Zezé Di Camargo e Luciano, entre outros.

Hebe Camargo é a cara de São Paulo. Mas é, também, uma diva pioneira na televisão que fala para todo o país. Hebe é, definitivamente, uma “graciiiiinha!” e “linda de viver!” .