Quem é o pastor “influencer” que dará vida a Jesus Cristo no desfile da Mangueira

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Em 2020, a Estação Primeira de Mangueira, campeã do Carnaval do Rio em 2019, terá um samba-enredo com título “A Verdade Vos Fará Livre”, uma referência bíblica. A história retratada será uma bem conhecida: a de Jesus Cristo.

Lázaro Ramos chegou a ser convidado para interpretar o papel de Jesus no desfile, mas teve que recusar por causa de outros compromissos. Em seu lugar, o pastor Henrique Vieira, que já é bem conhecido nas redes sociais, aparecerá como personagem principal.

Pastor Henrique Vieira interpretará Jesus Cristo no Carnaval

Henrique Vieira, de 32 anos, é pastor da Igreja Batista do Caminho, em Niterói, no Rio de Janeiro. Além disso, ele é também ator, escritor e poeta — a peça “O Amor Como Revolução”, em cartaz no Rio, foi baseada em seu livro homônimo.

Influente nas redes sociais, o pastor tem canais no Facebook, Twitter, YouTube e Instagram. Nesta última rede, mais de 260 mil pessoas o acompanham e consomem diariamente conteúdos sobre seu dia a dia, além de mensagens inspiradoras, políticas e, principalmente, religiosas.

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Ele já foi vereador de Niterói e, como ator, participou do filme “Marighella”, dirigido por Wagner Moura. Partiu dele o convite para que Henrique fizesse um teste para o longa.

O pastor, que é casado e tem uma filha pequena, ganhou força principalmente nas redes sociais por defender ideias que, muitas vezes, vão contra o que muitos grupos religiosos pregam e acreditam.

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Uma de suas bandeiras é a causa LGBT, o que gera ondas de ataque na internet. “Por séculos, pessoas LGBT’s são oprimidas nas igrejas ou apartadas delas sob o argumento de que sua sexualidade e sua forma de amar são pecaminosas e abomináveis aos olhos de Deus”, escreveu em um dos vídeos de seu canal no YouTube.

O racismo é outra questão que ele sempre debate, afirmando, inclusive, que o próprio Jesus passou por um processo racista de embranquecimento.

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“Do ponto de vista histórico e geográfico, Jesus foi negro (..) Houve um massacre da origem popular e oprimida do evangelho (…) Resgatar a negritude de Jesus é colocar o evangelho em maior coerência com a sua origem”, explicou em uma entrevista para o canal GNT.

O discurso de Henrique, como ele mesmo já disse, é baseado na vida e ensinamento de Jesus. A bíblia, segundo ele, precisa ser contextualizada de acordo com essas lições.

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Ele afirma que aceitou participar do desfile justamente pela identificação com a proposta da escola de samba de retratar um Jesus mais acolhedor, defensor da dignidade humana e da paz.

“Vou desfilar com alegria e consciência tranquila. O que me escandaliza é ver o nome de Jesus sendo usado para promover ódio e intolerância, oprimir mulheres e LGBTs, perseguir terreiros, dizer que pobreza é falta de fé”, disse em seu Instagram.

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