Segundo uma recente pesquisa da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), realizada pelo Instituto Datafolha, 85% das pessoas pagaram integralmente a última fatura do cartão de crédito. Apesar de a notícia parecer positiva, ela indica que uma parte considerável da população não consegue ficar em dia com as despesas e acaba se endividando.
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Para o educador financeiro Reinaldo Domingos, presidente da DSOP Educação Financeira e autor do best-seller Terapia Financeira, isso ocorre porque os consumidores não percebem que usar o cartão de crédito também é uma forma de endividamento. “O que leva essas pessoas a utilizarem esta ferramenta é a falta de capacidade de compra à vista. Pode parecer inofensivo caso o consumidor consiga cumprir com o compromisso, mas isso é uma ilusão, já que ele sempre estará andando na linha da navalha”, opina o especialista. “Caso ocorra qualquer imprevisto financeiro, ele estará exposto aos pesados juros dessa linha de crédito”, completa.
É preciso ter cuidado com o cartão de crédito, já que ele é uma forma de endividamento (Crédito: Thinkstock)
Riscos do cartão de crédito
Além da questão do endividamento e impossibilidade de conter imprevistos, Reinaldo afirma que outra grande preocupação relacionada ao cartão de crédito são os parcelamentos. “De acordo com a pesquisa Datafolha, dois terços das compras do mês são realizados por meio de parcelamentos futuros, sem juros. Existe uma armadilha fantasiada neste benefício, pois, se não houver controle, em seis meses o consumidor irá comprometer grande parte da sua renda mensal somente com a quitação das prestações somadas”, alerta.
Como evitar dívidas com o cartão de crédito
O educador financeiro ensina como fazer uso consciente do cartão e evitar endividamento:

Se tiver apenas um ganho mensal, tenha apenas um cartão de crédito. Caso ganhe semanalmente, pode ter até três cartões, com vencimento para os dias 10, 20 e 30. Com isso, poderá comprar até cinco dias antes de seu vencimento, ganhando 35 dias para pagar.

O limite do cartão de crédito deve ser de, no máximo, 50% do salário, o que evita que você gaste mais do que recebe.

Cuidado ao fazer parcelas fixas: é preciso saber que, quando se parcela, compromete os meses futuros do orçamento mensal.

Nunca pague a parcela mínima, caso tenha um desequilíbrio financeiro; procure outra linha de crédito que não ultrapasse 3% ao mês.

Caso tenha se descontrolado financeiramente, é preciso fazer imediatamente um diagnóstico financeiro e descobrir o verdadeiro problema. Geralmente, vamos parcelando e, quando acordamos, estamos totalmente tomados pelo crédito.

É preciso ter consciência na hora de consumir. Sempre pergunte se realmente precisa disso, se tem dinheiro para comprar e se tem como pagar a fatura total do cartão no seu vencimento.

É importante negociar e, se possível, pedir isenção da taxa de anuidade do cartão de crédito. Hoje, é possível encontrar cartões que não cobram nenhuma taxa de manutenção.

Busque pelos benefícios que o cartão de crédito pode oferecer, sejam prêmios ou milhagens.