Fernanda Camargo
Do Bolsa de Bebê
Não é normal uma criança sentir dores nos ouvidos. Às vezes os casos são simples, outras podem estar relacionados a quadros mais complexos. De qualquer forma, é importante saber o que essas dores significam e não deixar o seu filho se prejudicar com elas.
Geralmente as otites, infecções internas ou externas nos ouvidos que podem causar dor, estão associadas a infecções das vias aéreas superiores. “O que ocorre nestes casos é uma congestão das mucosas do nariz, nasofaringe, tuba auditiva e orelha média, levando a obstrução da tuba auditiva e produção de secreção na orelha média, propiciando o desenvolvimento de patógenos que levam a otite”, explica a médica pediatra e neonatologista Carla Sampaio Garcia Ferreira.
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Carla reforça que a otalgia (dor nos ouvidos) é o sinal mais comum de otite, mas pode também estar relacionada a quadros não infecciosos. “Dentre os sintomas pode haver febre, irritabilidade, falta de apetite, mas o principal é realmente a dor”, comenta.
A otite pode ser bastante perigosa. Toda dor nos ouvidos deve ser observada e avaliada com cuidado. Usar frequentemente antibióticos faz com que o organismo da criança crie uma resistência bacteriana maior e a deixa mais vulnerável. “A perda ou diminuição dos estímulos auditivos também estão associadas, e com ela suas consequências indiretas como a dificuldade de aprendizado e socialização”, explica a pediatra.
É após os seis meses de idade que as crianças têm mais infecções e dores nos ouvidos. Carla conta que “o ingresso em berçários e creches estão muito relacionados com uma maior incidência de otites, especialmente pela associação com quadros recorrentes de infecções respiratórias”.
A pediatra alerta as mamães em relação à mamadeira. “Sim, as crianças que mamam deitadas podem pegar otite média mais facilmente. Isso acontece porque é possível haver refluxo de leite por meio da tuba auditiva, levando a sua inflamação e, com isso, sua obstrução e produção de secreção”. Então quando for alimentar o seu bebê, deixe-o na posição vertical, como se estivesse sentadinho.
Para prevenir essas infecções, Carla sugere uma boa alimentação, manter o aleitamento materno, seguir à risca o calendário de vacinas, cuidar totalmente dos quadros gripais e também das infecções de vias aéreas superiores.
Deixe o seu filho protegido desse mal. “Siga sempre o tratamento adequado indicado por um profissional capacitado para evitar um quadro mal tratado”, finaliza.