Papamóvel está sendo adaptado com equipamentos e medicamentos para ajudar crianças desnutridas, feridas e doentes em meio à guerra
Cumprindo um dos últimos desejos do Papa Francisco, o famoso papamóvel, utilizado para transportar o pontífice em algumas ocasiões, está prestes a se transformar em uma unidade móvel de saúde. A ideia foi apresentada a ele no último ano – e o destino do veículo é ajudar crianças em meio à guerra em Gaza, na Palestina.
Papamóvel vai virar veículo-clínica em Gaza

Em 2024, ano que antecedeu sua morte, o papa Francisco deu uma missão à Caritas Jerusalém, organização católica sem fins lucrativos: transformar o papamóvel em uma clínica móvel. A ideia da organização recebeu uma autorização cheia de entusiasmo do pontífice – tudo porque o destino do veículo é ajudar crianças em Gaza, região central em conflitos entre Israel e Palestina.

Ao longo do pontificado, o papa Francisco não deixou de se posicionar sobre a guerra. Em algumas de suas falas, ele chegou a pedir pelo cessar-fogo, e afirmou que o conflito “não é uma guerra, é crueldade”. Tocado especialmente pelas mortes de crianças em bombardeios israelenses, ele se prontificou a ajudá-las diretamente, mesmo que após a morte, com essa iniciativa.
Pelas mãos da organização, o papamóvel já está sendo devidamente adaptado para os novos fins. Ele receberá equipamentos para diagnóstico, exames clínicos e tratamento. Isso inclui, por exemplo, testes rápidos para detectar infecções, kits de primeiros-socorros, seringas, agulhas, suprimento de oxigênio, vacinas e medicamentos.

A ideia é que, com ele, seja possível levar ajuda a crianças que, atualmente, não têm acesso a médicos, enfermeiros ou outros tipos de cuidados com a saúde. Além disso, ele também pode facilitar os cuidados com crianças que se feriram na guerra, ou estão desnutridas devido às condições atuais do local.
Segundo Peter Brune, secretário geral da Caritas Suécia, o papamóvel adaptado “não é apenas um veículo, é uma mensagem de que o mundo não se esqueceu das crianças em Gaza”. Além disso, para Anton Asfar, secretário geral da Caritas Jerusalém, “o veículo representa o amor, o cuidado e a proximidade demonstrada por Sua Santidade pelos mais vulneráveis”.
