Por Laís Peterlini
Do Bolsa de Bebê
Pela facilidade em acessar sites e assistir a uma infinidade de programas, as crianças têm cada vez mais acesso a diversos assuntos que antigamente elas só tinham contato quando mais velhas. A homossexualidade ainda é um assunto delicado, porque traz a questão do preconceito e das diferenças. Como conversar com a criança sobre isso? A psicóloga Adriana Nabahan Braga explica qual é o melhor jeito.
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Não fuja
Segundo Adriana, não há a idade certa ou uma fórmula para abordar esse tema. “Esse tipo de informação deve sempre ser tratado em casa e os pais não devem desviar o assunto ou fugir das perguntas”, afirma. As questões que a criança traz da rua para dentro de casa devem ser respondidas pelos pais, principalmente porque ela vai elaborar os seus conceitos a partir do que o pai e a mãe demonstrarem nas respostas. “Se os pais tiverem dúvidas de como responder, é importante que eles não tenham medo de consultar um especialista”, diz Adriana. Mudar o discurso pode confundir a cabeça da criança.
Não complique
Durante o processo de aprendizado, a criança manifesta curiosidade sobre questões que ela ainda desconhece. A dica da psicóloga é responder apenas o que a criança pergunta e dar um tempo para ela entender o que os pais explicaram. “Os pais devem sempre priorizar a naturalidade. Falar de modo simples e tomar cuidado para sempre responder só o que a criança perguntou”, ressalta Adriana.
Cuidado com o preconceito
Se a criança questionar qualquer coisa em relação à homossexualidade, o ideal é não focar nas diferenças e falar do amor e do carinho em um relacionamento. “Os pais devem estar preparados para explicar que todos nós somos diferentes e que é preciso respeitar as diferenças”, afirma Adriana. Ainda segundo a psicóloga a melhor forma de tratar o assunto é dizer que são duas pessoas que se gostam, que se respeitam e, por isso, decidiram estar juntas. “Geralmente a criança manifesta a curiosidade para saber o que é ou porque acontece, mas ela não pergunta se aquilo é certo ou errado. Nessa hora, os pais devem ter cautela para não responder de forma preconceituosa”, completa.
E na escola?
A escola deve mostrar que existem diferenças entre todas as pessoas e que isso deve ser respeitado, assim como a escolha de cada um. Às vezes os pais são contra a homossexualidade e a criança acaba levando esse preconceito que “aprendeu” em casa para a sala de aula. Nesses casos, o papel da instituição de ensino pode ser determinante. “A escola deve esclarecer chamar os responsáveis para conversar e tentar esclarecer as consequências que o estímulo ao preconceito pode gerar na vida dessa criança”, explica a psicóloga.