Aplicativo antiassédio é criado por menina de 17 anos: como aderir e usar

Um aplicativo que registra os locais onde acontecem  assédios sexuais é mais um aliado das mulheres no combate a essas situações. E a ideia é de uma adolescente de 17 anos, Catharina Dória. Depois de ser chamada de “gostosa” na rua e ouvir do homem que ele iria levá-la para casa, ela decidiu trocar o dinheiro da viagem de formatura que faria com sua turma para investir na ferramenta, segundo informações da Folha de São Paulo.

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Disponível para os sistemas Android e iOS, o  aplicativo Sai Pra Lá tem como objetivo maepear os endereços aproximados de onde ocorreram assédios, que estão divididos em quatro categorias: verbais, físicos, sonoros (como assobios) ou indefinidos. 

Como funciona o app

Na página do aplicativo no Facebook, Catharina explica que ele funciona de forma rápida e prática. Depois de baixar no celular, basta abrir, escrever o local onde o assédio aconteceu, em que horário e o que foi feito. Tudo isso de forma anônima, para que ninguém precise ter medo de se expor. 

Segundo a criadora, o intuito é atuar na prevenção, pressionando os órgãos responsáveis pela nossa segurança e mostrando para as mulheres quais são os locais onde mais ocorrem assédios. “Também queremos conscientizar a população que isso não deve ser aceito e tem que ser combatido. Estamos cansadas da falta de segurança e queremos mudanças”, disse.

Em apenas dois dias após o lançamento já foram registrados mais de 300 locais. O sucesso tem a ver também com o momento no qual muito se discute sobre o tema: a violência contra a mulher foi a proposta na redação do Enem e a campanha #primeiroassedio encorajou mulheres a revelarem suas histórias. Porém, com o grande e inesperado número de acessos, o aplicativo acabou travando, já que foi criado em uma plataforma gratuita e limitada. Para resolver o problema, Catharina está buscando um patrocinador e criou também um financiamento on-line para quem quiser contribuir com doações a partir de 10 reais.