Quando o assunto é saúde íntima feminina é comum, apesar de não ser ideal, que algumas mulheres tenham dúvidas sobre o que cada tipo de sintoma anormal pode representar. Uma infecção ginecológica com mau cheiro é um exemplo.
Além da conhecida candidíase, outro tipo de infecção também pode desequilibrar a flora vaginal com microrganismos do próprio corpo, e causar sérios problemas, como a infertilidade, se não for tratada corretamente: a vaginose bacteriana.
O que é vaginose bacteriana e como pega?

Causada por bactérias em mulheres na idade reprodutiva, a vaginose bacteriana pode surgir pelo uso contínuo de biquínis molhados, por exemplo. Contudo, embora cada organismo se comporte de maneira própria, a doença traz alguns sinais específicos, segundo a ginecologista Ornella Minelli.
Sintomas:
– Sangramento após relações sexuais;
– Mau cheiro, podendo lembrar peixe podre;
– Incômodo na região interna e externa da vagina – mas não há dor ao urinar;
– Corrimento acinzentado.
“Sangrar após a relação sexual é o maior dos sintomas, pois mostra que o colo do útero está bem irritado. Fora isso, a infertilidade pode surgir como consequência também, caso a infecção ‘suba’ para as trompas de Falópio”, alerta a profissional.
Tratamento

É importante lembrar que o mau cheiro causado pela vaginose não tem ligação com a higiene íntima. Por tanto, a orientação é procurar imediatamente um médico ginecologista para que o tratamento, seja com pomadas ou remédios, seja iniciado — no mercado, há inúmeras formas eficientes e de rápida ação.
É normal ficar com mau cheiro depois da relação?
A vagina tem um odor próprio e intuitivo e o mau cheiro não deve ser normalizado.
“Muitos associam a atividade sexual com algo impuro, impróprio, sujo e intocável, sendo que faz parte da vida. Negligenciar não faz as pessoas pararem de fazer”, pontua Claudia Milan, fisioterapeuta pélvica.

Conversar com um profissional acalma o estado emocional da paciente, que, por falta de informação, pode achar que está com algum tipo desconhecido de IST (Infecção Sexualmente Transmissível).
“Geralmente associam vaginose à promiscuidade. Mas, quanto mais falamos, mais as pacientes entendem como tratar, prevenir e que uma coisa não tem nada a ver com a outra. Nós, ginecologistas, somos educadores ativos. Quando a mulher aprende sobre si mesma, ela confia mais no tratamento”, conclui Ornella.