7 coisas que acontecem com o corpo dos astronautas

por | jul 26, 2016 | Ciência

Uma viagem ao espaço requer uma intensa preparação física, que dura de dois a três anos.  Não é fácil se tornar um astronauta, e o processo seletivo envolve uma série de requisitos básicos.

A Nasa, agência espacial que mais recruta os viajantes, estabelece padrões físicos para os candidatos, que devem ter entre 27 e 37 anos e formação universitária em Engenharia, Ciências Biológicas, Física ou Matemática.

Caso a pessoa seja escolhida, ela passa por vários testes físicos, preparando o organismo para aguentar a gravidade zero e os efeitos do confinamento no espaço. O treinamento inclui uma prova intensa de natação, simulação da falta de gravidade com aparelhos de realidade virtual e até o Laboratório de Flutuação Neutra, um espaço submerso com réplicas de parte da Estação Espacial, que também simula atividades em gravidade zero.

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Mesmo com a preparação e em perfeitas condições de saúde, o corpo humano passa por alguns processos físicos inevitáveis em uma viagem ao espaço. Em 2015, a Nasa enviou dois astronautas para o espaço, Scott Kelly e Mikhail Kornienko, na missão mais longa da história. Eles ficaram 340 dias na Estação Espacial e retornaram em março de 2016.

As pesquisas investigam justamente os efeitos da viagem no corpo humano. O astronauta norte-americano Scott Kelly tem um irmão gêmeo, aposentado da mesma profissão, com quem comparou as alterações fisiológicas ao retornar à Terra.

A primeira mudança foi um aumento de 5 centímetros na altura do astronauta. Isso é comum, e ocorre por que a falta de gravidade expande as vértebras da coluna. Porém, horas depois do retorno, a altura volta ao normal.

Além de ficar mais alto, confira outras 7 mudanças que o espaço causa no corpo humano.

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#1 Perda de massa muscular. Sem a resistência gravitacional, o corpo não enfrenta dificuldades para realizar tarefas motoras, o que enfraquece os músculos. Os astronautas praticam duas horas de exercícios físicos na Estação Espacial por dia, para evitar o atrofiamento.

#2 Pernas fracas e rosto inchado. Sem gravidade, o líquido do corpo abandona as extremidades inferiores e se acumula no rosto, principalmente nas primeiras semanas de viagem. Com o tempo, a distribuição de fluidos corporais se equilibra.

#3 Pele sensível. Por ficar muito tempo sem exercitar o tato, os astronautas voltam com muita sensibilidade na pele, sentindo ardência e formigamentos por alguns dias.

#4 Falta de coordenação ao caminhar. Os astronautas demoram para se acostumar à gravidade novamente, e, até lá, caminhar é uma função estranha ao organismo.

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#5 Insônia. Os astronautas dormem em pé, já que o corpo flutua e não precisa estar na horizontal para relaxar. Porém, a maioria se queixa de insônia, dormindo cerca de seis horas por noite.

#6 Perda do volume sanguíneo. Como a circulação fica prejudicada nos membros inferiores e se concentra no cérebro, parte do sangue se perde para ocupar menos espaço, o que requer uma transfusão imediata no retorno à Terra.

#7 Problemas de visão. O aumento de pressão sanguínea na cabeça comprime o nervo óptico, o que causa uma série de problemas que podem durar alguns anos na visão do astronauta. Eles voltam com o globo ocular achatado, e precisam fazer vários exames para acompanhar a condição dos olhos.