As doenças mais perigosas da atualidade não são só causadas por vírus ou bactérias. Grande parte delas é decorrente dos maus hábitos, especialmente para comer. Um grupo de pesquisadores norte-americanos desenvolveu uma vacina capaz de diminuir os níveis de colesterol no sangue, o que poderia ajudar a prevenir a primeira causa da morte a nível mundial: as doenças cardíacas.
A batalha contra o colesterol não é desconhecida e é cada vez mais comum tomar algum tipo de medicamento para controlá-lo ou evitar seus efeitos. Os cientistas do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos e da Universidade do Novo México criou a primeira vacina contra o LDL, conhecido como o colesterol ruim.
Ela atua sobre as proteínas PCSK9, que bloqueiam os receptores deste tipo de colesterol, evitando que ele possa ser sintetizado e eliminado. Ela se torna então uma alternativa às estatinas, medicamentos utilizados hoje para reduzir os níveis de LDL no sangue.
As estatinas funcionam, mas provocam alguns efeitos colaterais e não podem ser usadas em pacientes com hepatite. Também não funcionam em pessoas que já possuem uma predisposição a ter um nível alto de colesterol.
Em testes realizados com ratos e macacos, a vacina demonstrou diminuir rapidamente os níveis de colesterol e seria a alternativa ideal aos medicamentos que devem ser ingeridos diariamente e demoram para fazer efeito, tempo este em que pode ocorrer um ataque cardíaco ou o desenvolvimento de outras doenças.
Como funciona
O doutor Bryce Chackerian, do Departamento de Genética Molecular e Microbiologia da Universidade do Novo México e membro da equipe que desenvolveu a vacina, explicou seu funcionamento em um artigo publicado na revista Vaccine.
A vacina é construída com base em um vírus concebido para que o corpo crie uma resposta imune contra a proteína PCSK9, evitando que esta bloqueie os receptores de LDL que se encontram na superfície do fígado.
Ao liberar os receptores do colesterol ruim que se encontravam cobertos, eles podem funcionar normalmente e evitar que o LDL se una a órgãos e artérias, eliminando 70% de suas moléculas por via natural e levando os níveis de colesterol a números normais e saudáveis.
Chackerian e sua equipe acreditam que a vacina não é só mais efetiva que as terapias atuais como também é uma opção mais barata do que outros tratamentos, podendo funcionar sozinha ou em conjunto com as estatinas, que não possuem um custo tão alto.
