Conheça o “Pelé beijoqueiro”, série de lambe-lambes que está ocupando cidades do Brasil

Você já viu uma imagem do Pelé abraçando algum famoso nas ruas? É o “Pelé Beijoqueiro”, série de lambe-lambes do artista Luis Bueno, 35, de São Paulo, presente em muros e tapumes de várias cidades do Brasil.

Lambe-lambes do Pelé

Bueno já colocou Pelé ao lado da Mona Lisa, de Leonardo da Vinci; personagens da franquia “Star Wars”; o pintor Salvador Dalí e até o cantor David Bowie, a maior montagem da série.

Os lambe-lambes, técnica artística de montagem e colagem, foram inspirados em uma foto de Pelé abraçando Muhammad Ali em 1977, nos Estados Unidos.

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“Me apaixonei pela imagem, que trazia esse gesto de afeto e carinho de um grande símbolo do Brasil que é o Pelé. Imediatamente eu percebi que poderia reconstruir a imagem e aproveitar o gesto do beijo, substituindo o Muhammad por outras pessoas”, disse Bueno, em entrevista ao Batanga.

As obras são produzidas em etapas. O artista pegou a foto e iniciou uma pintura digital, processo que levou meses para ficar pronto. Depois, ela é dimensionada, separada em várias partes para a impressão e cortada manualmente. “Muitas peças da série são pintadas à mão também, o que seria uma quarta etapa”, conta.

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Bueno escolhe o personagem que acompanhará Pelé com base em suas próprias preferências. Ele diz, “Todos os personagens retratados têm uma importância para mim. Mas além disso, busco retratar ícones de outras culturas e que adicionem sentidos e  significados à série”.

O artista conta também que Mona Lisa e Dalí representam a arte institucionalizada, que circula nos museus. Já os músicos e personagens de filme mostram uma relação com a cultura jovem e pop.

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Entre tantas obras da série, a preferida de Bueno é a do Pelé com a Mona Lisa. “Por ter sido a primeira, por já inaugurar a série com um encontro impossível, por juntar na mesma imagem as linguagens da fotografia, da pintura digital, da pintura tradicional e da impressão”, disse.

Em 2010, o artista levou o “Pelé beijoqueiro” para Londres e Paris, em formatos pequenos. Como a repercussão foi boa, Bueno voltou para Londres no ano passado, para fazer trabalhos maiores. Outro lugar com os lambes do Pelé é o Chile, onde o artista esteve recentemente.

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Colocar uma obra dessas nas ruas é confrontar o público, de acordo com o próprio artista. “Acredito que a arte de rua é importante também por ser um movimento de ocupação do espaço urbano, uma ocupação cultural, espontânea, que não é dirigida pelo poder público nem pela iniciativa privada, mas por pessoas”.

Bueno também destaca que é uma forma de democratizar o acesso às artes, já que nem todos circulam por museus e galerias.

Veja mais algumas obras do “Pelé beijoqueiro”, feitas por Luis Bueno.

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