Você sabia que quanto maior o animal marinho, maior a chance dele ser extinto? Exemplo clássico disso são os dinossauros, que foram exterminados em eventos catastróficos no fim da Era Cretácea (há 66 milhões de anos). A triste notícia é que os bichos marítimos de grande porte, como tubarões e baleias, devem seguir o mesmo caminho. Eles estão sumindo num ritmo cada vez mais acelerado. E isso pode causar efeitos irreversíveis à biodiversidade.
A conclusão disso veio de um estudo publicado na revista Science. “Descobrimos que a ameaça de extinção de animais nos mares modernos é fortemente associada ao grande tamanho corporal”, disseram os pesquisadores.
Gigantes marítimos mantêm ecossistema
A novidade é alarmante porque grandes animais funcionam como mantenedores dos ecossistemas. Apenas a presença de tubarões-brancos ou arraias, por exemplo, evitam que bichos menores se multipliquem, estabelecendo a diversidade. Além disso, a movimentação desses bichos pelo fundo do mar ajuda a espalhar melhor nutrientes que dão vida aos oceanos.
Segundo um dos principais pesquisadores, Jonathan Payne, da Universidade de Stanford (EUA), a culpa é do homem, que caça ilegalmente as espécies para consumo.
Considerada a 6ª grande extinção em larga escala do planeta, o sumiço cada vez maior destes grandes animais marítimos é um fenômeno inédito – mesmo se comparado ao período em que os dinossauros foram extintos.
Animais marítimos vão sumir?
Numa base de dados centrada em 2.497 gêneros animais atuais e já extintos, entre vertebrados e moluscos marítimos, pelo menos dois cenários foram previstos por esses especialistas: um mais otimista, que categoriza alguns desses gêneros na faixa “em risco”, com chances de não serem extintos; e um mais pessimista, que determina que todos esses gêneros irão sumir.
Em critérios matemáticos, se um animal do oceano é 10 vezes maior que outro, então ele tem 13 vezes mais chance de ser extinto. Por conta disso, biólogos já mostram provas de uma extinção seletiva.
Especialistas de outras áreas já estão alertas. Após a divulgação desse estudo, muitos apontam para a necessidade de uma mudança no gerenciamento de regras de pescaria, porque “estes resultados mostram que animais marinhos maiores devem desaparecer dos mares mais rapidamente que os menores. Estudos sobre o registro fóssil mostram que essa tendência não acontecia no passado”, pontuou Judy Skog, diretora da Divisão da Fundação de Ciências Naturais do Earth Sciences.
Caça de animais gigantes
Por mais que a interferência humana tenha despertado uma confusão no ecossistema marítimo, não é a primeira vez que a tendência à caça de animais de grande porte é tida como a origem de uma exterminação em massa.
A efeito de comparação, nossos ancestrais foram os responsáveis, em terra firme, pelo massacre de mamutes e algumas aves gigantes. “Vemos isso se repetir mais e mais”, disse Noel Haim, um dos coautores do estudo.
“Os seres humanos entram em um novo ecossistema, e os maiores são abatidos primeiro. Sistemas marítimos haviam sido poupados porque, até recentemente, os homens estavam restritos às áreas costeiras e não tinham a tecnologia necessária para pescar no fundo dos oceanos em escala industrial”, concluiu Haim.
Animais em extinção
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