Há explicação para seu cérebro não guardar números de telefone como antigamente

Manter a mente ativa e em pleno exercício das suas capacidades, além de uma memória afiada toda vez que precisar recorrer a ela, é uma questão de treino. Assim como qualquer órgão do nosso corpo, nosso cérebro precisa ser estimulado para que não fique preguiçoso e senil. Ou você já percebeu que não lembra mais os nomes de ruas e guarda os telefones dos amigos como antigamente?

O que acontece?

Tudo é uma questão de uso. E, com as facilidades de hoje em dia em aplicativos de localização e chamadas à distância, o cérebro otimiza a memória. Ou seja, se existe uma fonte confiável de informação, ele não precisa mais gastar energia armazenando tudo que já não precisa. O que o cérebro guarda, em contrapartida, é o melhor atalho para conseguir aqueles dados.

Agora, que o celular está sempre ao alcance de todos, já percebeu como as conversas de bar nunca são tão inflamadas, nenhuma dúvida cai em contradição se você sempre pode consultar ao Google de qualquer lugar que esteja? Há quem diga que seu smartphone está destruindo a sua memória. Especialistas apontam até a co-relação entre o Transtorno de Déficit de Atenção, a hiperatividade e impulsividade, entre os fazem o uso excessivo destes aparelhos.

Enquanto anteriormente lembraríamos com facilidade de pelo menos dez números de telefone importantes, e isso de forma mecânica, hoje é difícil lembrar cerca de 10% deste total. Porém, especialistas já chamam isso de “sistema de memória transativa”. Nessa rede moderna de lembranças, você não precisa lembrar a informação em si, só a “ajuda-senha” para fazer outra pessoa recontar a história ou para saber onde recorrer ao dado: na agenda da faculdade, no e-mail de trabalho ou na Wikipedia.

Menos exigência leva a esquecimento repentino

Com a facilidade das “bengalas da memória”, as pessoas estão exigindo menos de seu cérebro. É quando você precisa lembrar se fechou as portas de casa direito, mas na verdade não sabe nem como chegou até ao trabalho dirigindo.

Há quem estude estes lapsos de memória e defenda que entendê-los é também uma forma de entender um pouco mais sobre como a memória humana funciona. De acordo com a ciência, isso acontece quando deixamos de prestar atenção nos detalhes das ações, nas suas pequenas partes, e mentalizamos o objetivo completo, concretizado.

Como nosso cérebro precisa ser estimulado, a pesquisa reforça a premissa de que é importante encarar a cada etapa de uma ação como um fato isolado em si. Se você precisa lembrar de pegar as chaves antes de sair de casa, pense em pegar as chaves e só depois em sair de casa.

Em 2011, psicólogos da Universidade de Notre Dame estudaram o chamado “efeito porta” e concluíram que o cérebro automaticamente divide um plano grande em pequenas etapas. Se um desses passos se perde ou se confunde, todo fluxo é afetado.

Dieta para a mente