De forma quase instantânea, cerca de 10 mil quilômetros de gelo simplesmente desapareceram de uma área ártica de Storfjorden, na costa do arquipélago de Svalbard, na Noruega.
Um estudo realizado pela Universidade Ártica da Noruega apontou que a ruptura dramática foi precedida por um derretimento bastante rápido de 2,5 quilômetros de gelo por ano, algo semelhante às taxas atuais de derretimento na Antártica e na Groenlândia.
O fenômeno observado preocupou os responsáveis pelo trabalho científico, pois o derretimento apresentou ritmo paralelo ao último degelo, de 20 mil a 10 mil anos atrás.
Planeta está derretendo em ritmo acelerado
Em comunicado divulgado no dia 10 de fevereiro de 2021, Tine Lander Rasmussen, líder do estudo, afirma que diversas novas pesquisas mostram que o recuo dos mantos de gelo são de 2 a 4 quilômetros por ano e o processo está em aceleração.
Os dados ainda mostram que os períodos de retração extremamente rápida do manto de gelo estão consistentemente correlacionados com períodos de aquecimento global dos oceanos.
“Isso está fortalecendo nossa hipótese de que um aumento na temperatura do oceano e o aquecimento global são a causa direta da cadeia de eventos que levaram à desintegração dramaticamente rápida do manto de gelo”, disse Rasmussen.
As descobertas também dão algumas perspectivas alarmantes sobre situação atual. O grande degelo do Último Máximo Glacial (há 20 mil anos) até o Holoceno durou 10 mil anos. A mudança climática atual, no entanto, é muito mais rápida, indica o novo estudo.