Por que cães como os Pugs têm a cara achatada? Finalmente há uma resposta

Cientistas da Universidade de Edimburgo (Reino Unido) recolheram amostras de 374 cachorros de raças distintas para identificar por que cães como pugs e buldogues franceses têm a cara achatada.

Essa condição se chama braquicefalia e está relacionada a uma atividade genética que impede que um gene chamado SMOC2, que afeta o esqueleto facial, circule devidamente no cão.

Os resultados foram obtidos por imagens 3D de uma tomografia computadorizada das amostras e foram publicados na revista científica Current Biology.

Mutação genética dos pugs

O achatamento do esqueleto facial dos pugs trata-se de uma mutação genética que prejudica a saúde deles.

Além da dificuldade de respiração, essas raças sofrem com traumas oculares, que dão a sensação de terem passado por sucessivas pancadas, prejudicando a visão.

Os cães nascem com essa característica devido a uma interrupção do gene SMOC2, associado à formação de embriões e à cicatrização de feridas.

“Os efeitos são profundos e representam 36% da variação do comprimento facial nos cães em que testamos”, escreveram os pesquisadores.

Síndrome relacionada a bebês

A anomalia dos cães tem uma síndrome equivalente em termos médicos humanos: “ síndrome de cabeça chata”, que acontece quando bebês apresentam pequenas deformidades logo após o nascimento.

Nessa condição, as articulações dos ossos frontais e laterais da cabeça ficam grudados e têm a ver com a posição deles durante a gestação.

É comum que bebês com “síndrome de cabeça chata” tenham um crescimento saudável e percam de vez essa condição. Porém, os médicos não têm um consenso quanto à sua real origem. O que eles sabem é que a essa condição também depende do comportamento do gene SMOC2, presente no genoma humano.

A descoberta de sua ação em raças como pugs e buldogues franceses pode trazer novas respostas para evitar que bebês humanos nasçam com essa condição. Por isso mesmo, o próximo passo dos pesquisadores é analisar o SMOC2 mais a fundo, em busca de entender como sua ação interfere no diagnóstico da ‘síndrome de cabeça chata’.

Ciência dos cães