As mentiras do casal

Por que, afinal, muitos mentem sobre sua real condição financeira, até para seus próprios parceiros?

Isso é uma realidade – dizem as pesquisas. As pessoas mentem sobre sua real situação financeira. A maioria de nós sabe que o dinheiro está associado a brigas e desacordos. Para nos livrarmos dessa confusão, acabamos omitindo algumas coisas. Você já escondeu a etiqueta de preço de uma roupa para o seu parceiro não ver quanto realmente foi? Ou afirmou que a roupa não era nova – “Imagina! Claro que não comprei. Ao contrário, só fazia muito tempo que eu não usava?”- quando questionada pelo marido?

É bem pouco romântico discutir sobre dinheiro, principalmente no início dos relacionamentos. Assim, quando pequenos problemas financeiros começam a aparecer, a maioria de nós tende a achar que sozinha pode resolver tudo e acaba não se comunicando com o parceiro para evitar transtornos. Quando as coisas vão se acumulando, as mentiras parecem se tornar inevitáveis. Claro que muitos casais acham formas de discutir sobre essas questões sem se estressarem, mas para a maioria esse assunto é realmente tabu.

Chegando os filhos, as pequenas omissões vão surgindo e se tornando hábito: “Não conte para seu pai”, “Não conte para sua mãe”, e a mentira pode se tornar um hábito ou uma maneira fácil de não encarar a realidade

É quase sempre muito difícil trazer à tona o assunto dinheiro sem parecer que se está acusando o parceiro ou a parceira de alguma coisa errada. Em muitos casos, a mentira ou a omissão surge da falta de tempo e também da perda de intimidade e confiança. É bem verdade que a complexidade da vida contemporânea exigiria muitas horas de confidências para que o casal soubesse tudo o que se passa um com o outro, e isso nem sempre é possível. Quantas horas seriam necessárias para se acertar questões relacionadas aos filhos, aos pais idosos, ao trabalho, ao curso que se está fazendo à noite, às férias, aos problemas com o carro, com o chefe? E assim as prioridades vão se alterando ao longo da vida e questões financeiras que, quase sempre trazem aborrecimentos, vão sendo adiadas.

Chegando os filhos, as pequenas omissões vão surgindo e se tornando hábito: “Não conte para seu pai”, “Não conte para sua mãe”, e a mentira pode se tornar um hábito ou uma maneira fácil de não encarar a realidade. Mentiras sobre a nota da prova, a saída da filha fora de hora, o gasto excessivo com a roupa ou o sapato, os investimentos arriscados feitos com excessivo arrojo ” porque um amigo recomendou, mas minha esposa não pode saber, entraria em pânico“. Ou, o contrário, investimentos feitos com tamanho conservadorismo que alguns homens não aceitariam facilmente, porque acreditam conhecer melhor o mercado e estariam prontos a investir em outros instrumentos que eles considerariam mais rentáveis.