Dificuldades e consequências da gravidez na adolescência serão abordadas na nova novela das 21h da Globo, “Três Graças”
Dados do SUS (Sistema Único de Saúde) mostram que 44 bebês de mães adolescentes nascem por hora no Brasil.
Essa realidade vai ser abordada em “Três Graças”, nova novela das 21h da TV Globo. Na produção, Joélly (Alana Cabral), de 15 anos, descobre estar grávida. O mesmo aconteceu com a mãe, Gerluce (Sophie Charlotte), e a avó, Lígia (Dira Paes).
Gravidez precoce

Os dados também mostram que há uma queda da taxa de fecundidade entre jovens de 15 a 19 anos. Mas o mesmo não tem sido visto entre meninas de 10 a 14.
Dos 44 partos por hora, 2 são de mães nessa faixa etária. É importante reforçar que qualquer tipo de relação sexual com menores de 14 anos é considerada crime, tipificado como estupro de vulnerável.
Os números mais recentes divulgados são de 2023: foram 289 mil partos de adolescentes de 15 a 19 anos (11,39% do total de partos registrados) e quase 14 mil de meninas de 10 a 14 anos.
Riscos da gestação

Sem falar nas consequências psicossociais e econômicas, a gravidez na adolescência pode gerar riscos clínicos para a mãe e para o bebê.
Há mais partos prematuros e bebês com baixo peso no nascimento, por exemplo, além de complicações como doenças hipertensivas na gestação.
Para piorar, quase metade das gestantes adolescentes no Brasil não faz ou recebe um pré-natal considerado adequado.
O que favorece o problema

- ◆ Falta de planejamento de vida
- ◆ Uso inadequado ou falta de acesso a métodos contraceptivos
- ◆ Violência sexual
- ◆ Início precoce da atividade sexual
- ◆ Falta de educação sexual
- ◆ Pobreza
- ◆ Baixa escolaridade
- ◆ Desigualdade de gênero
Infelizmente, é também comum que o padrão se repita. Assim como vai ser retratado na novela, o histórico familiar de gravidez na adolescência também contribui para o problema.
Para Aluísio Barros, responsável pelo estudo “Maternidade na adolescência no Brasil: altas taxas de fecundidade e desigualdades marcantes entre municípios e regiões”, a gravidez na adolescência não é uma escolha, mas o desfecho de “privação e falta de oportunidades”.
Esta reportagem contém informações da Rádio USP, da Agência Brasil, do Ministério da Saúde e do Data SUS.