Um novo medicamento para controle de obesidade e para casos de sobrepeso foi liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa. A partir de agora, o remédio Belviq (cloridrato de lorcasserina hemihidratado) passa a ter registro no Brasil e, portanto, estará disponível no mercado em formato de comprimido.
O Belviq dividirá o mercado com mais três remédios para emagrecer disponíveis no país: Xenical (orlistat), Saxenda (liraglutida) e sibutramina. Esta última é uma das mais usadas por pacientes que precisam perder peso.
Especialistas apontam que, comparado à sibutramina, o cloridrato de lorcasserina é mais seguro e tem menos efeitos colaterais. Entenda agora como é feito o tratamento, para quem é indicado e o trâmite de liberação do Belviq no Brasil.
Remédio para emagrecer: Belviq
O Belviq (cloridrato de lorcasserina hemihidratado) é indicado para pacientes obesos e com sobrepeso com pelo menos outra doença associada ao peso, como hipertensão, dislipidemia, doença cardiovascular, diabetes tipo 2 controlado com agentes hipoglicemiantes orais ou apneia do sono.
Ainda não há previsão de quando o Belviq estará nas prateleiras das farmácias, mas a expectativa é que ele chegue em alguns meses.
Como funciona
De acordo com a Associação Brasileira para Estudo da Obesidade (Abeso), o cloridrato de lorcasserina atua na ativação de receptores específicos de serotonina que estão localizados no hipotálamo (mesma área em que a sibutramina atua).
Esta é a região do sistema nervoso central que, basicamente, controla a sensação de fome, saciedade e regula o gasto energético, segundo comunicado da entidade publicado no site.
Para quem é indicado
O remédio é recomendado para pacientes com obesidade, ou seja, que tenham Índice de Massa Corporal, o IMC, maior ou igual a 30kg/m2.
Também fazer parte do quadro de pacientes quem tem IMC maior ou igual a 27 Kg/m2 e doenças associada ao peso, como hipertensão, dislipidemia, doença cardiovascular, diabetes tipo 2 controlado com agentes hipoglicemiantes orais, ou apneia do sono.
Você pode calcular o seu IMC com uma conta simples entre seu peso e sua altura para saber em que faixa você está.
Tratamento
Como qualquer medicamento, o Belviq deve ser usado com controle e prescrição médica contínua. Vale lembrar que todo remédio tem efeitos colaterais, que devem ser acompanhados por um médico responsável.
No caso de emagrecedores, é preciso ainda aliar com alimentação saudável e atividades físicas. A automedicação pode ser prejudicial ao organismo.
Efeitos colaterais
Em entrevista à Folha de São Paulo, a diretora da Associação Brasileira de Estudo da Obesidade (Abeso) e endocrinologista Maria Edna de Melo, informou que os efeitos colaterais mais comuns são dores de cabeça, boca seca e constipação intestinal.
Como o remédio ainda não é comercializado no Brasil, a médica explicou que a avaliação de outros impactos será feita na prática.
Belviq x sibutramina

Em 2013, o cloridrato de lorcasserina havia sido suspenso pela Anvisa. Na época, a Agência justificou que a segurança e a eficácia do medicamento não haviam sido avaliadas.
Na ocasião, em entrevista ao UOL em 2013, a endocrinologista Maria Edna de Melo assegurou que, em comparação à sibutramina, o Belviq é “superior” e tem menos efeitos colaterais, por apresentar menor aumento de frequência cardíaca.
“Ele se mostrou muito seguro, pois age num receptor específico no cérebro, que não existe no coração, o que diminui o risco de comprometimento das válvulas cardíacas. É um medicamento superior à sibutramina”, avaliou.
Agente emagrecedor
O Belviq é usado como agente emagrecedor nos Estados Unidos desde 2013, segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). A substância foi aprovada pelo Food and Drug Administration (FDA), a agência que regula alimentos e remédios no país.
O medicamento será fabricado pela empresa farmacêutica Arena Pharmaceuticals, na Suíça. A detentora do registro do Belviq no Brasil é a empresa Eisai Laboratórios Ltda., de São Paulo (SP).