
O Google quer fabricar automóveis, mas não para competir com marcas tradicionais, como Ford, GM e Volkswagen. Até 2020, a empresa pretende lançar um carro inovador, totalmente automatizado, sem a necessidade de alguém para dirigir.
Na última semana, a empresa anunciou que vai iniciar os testes com os primeiros protótipos nas ruas da Califórnia.
Um dos principais objetivos do carro é garantir que o passageiro não vai precisar mover um dedão do pé diante de situações corriqueiras no trânsito, como ultrapassagens e a repentina ação de pedestres e ciclistas.
Veja o que sabemos até agora sobre o aguardado carro do Google:
Dirigido por um software
Sem volante ou pedais, os novos carros do Google serão controlados por um software desenvolvido pela empresa. “Conduzimos nossos veículos a partir de análises rigorosas em nossos testes de facilidade e (queremos) garantir que o trabalho de nossos softwares e sensores trabalhem da forma que devem neste novo veículo”, assegurou Chris Urmson, diretor do projeto. O principal motivo? Diminuir a estatística que afirma que 94% dos acidentes de trânsito são causados por erros humanos.
Fim da carteira de motorista?
Um dos objetivos do Google é acabar com a distinção de ‘bons’ e ‘maus’ motoristas. Indiretamente, a ideia é tirar de circulação a necessidade da carteira de motorista, além de evitar “bilhões de horas desperdiçadas no trânsito e trazer novas oportunidades e novos destinos diários ao alcance dos que se sentem excluídos por sua incapacidade de dirigir um carro”, como afirmou Urmson.
Acidentes acontecem

O Google utilizou mais de 20 carros de um modelo modificado do Lexus RX450h SUV durante os testes, nos últimos seis anos. Onze acidentes ocorreram nesse período – 8 deles em perímetro urbano – mas nenhum foi grave. Estes carros percorreram mais de 2,7 milhões de km pela Califórnia. “Todas as experiências malucas que tivemos na estrada foram valiosas para o nosso projeto. Temos um processo de revisão detalhado e tentamos aprender algo em cada acidente, mesmo que a culpa não tenha sido nossa”, defendeu Urmson.
Como encarar as adversidades do trânsito
Adequar-se a lugares tão agitados quanto ruas e avenidas, com pessoas, ciclistas e outros meios de transporte, não é tão simples quanto adequar-se às leis de trânsito. Um dos principais paradigmas do novo carro do Google é como ele deve ‘reagir’ diante de um pedestre que atravessa no farol vermelho, carros que não respeitam a sinalização ou pequenos acidentes que podem ocorrer. “Eles têm sensores que removem pontos cegos e podem detectar objetos a uma distância de mais de dois campos de futebol, em todas as direções”, afirmou Urmson. “Isso é especialmente útil em ruas movimentadas, com diversos cruzamentos”.
Tempo de resposta dos passageiros

Não foi revelado nenhum detalhe se haveria ou não alguma interação humana diante de quaisquer adversidades. Ainda que o carro do Google seja preparado para receber, no máximo, comandos de voz, há de se perguntar quais seriam as reações humanas mais previsíveis diante do inesperado. De acordo com testes da marca Audi com seus carros, o condutor demora até 10 segundos para tomar o controle ante uma situação não corriqueira. Quanto a isso, Urmson declarou que os carros do Google possuem o mesmo nível que um “típico adulto americano com 75 anos de experiência em direção”. Será que a empresa levou em consideração os trânsitos cada vez mais conturbados das metrópoles?