Ela tem apenas 24 anos e já conta com quatro diplomas universitários. Nascida em São Paulo, em uma família simples, Isabel Pesce começou a trabalhar aos 17 anos para financiar o sonho de estudar no Massachusetts Institute of Technology (MIT), uma das instituições de ensino mais renomadas no mundo. No Vale do Silício, nos Estados Unidos, a brasileira trabalhou em gigantes como Microsoft e Google. Hoje, lidera uma start-up chamada Lemon, que ajuda internautas a organizarem suas finanças. Ela afirma que iniciativa é mais importante do que dinheiro, para quem quer ser um empreendedor. “É mais fácil uma pessoa preguiçosa dar errado do que uma pessoa sem dinheiro” resume.
Simpática e extrovertida, Bel confessa que já fez coisas malucas para ir atrás de um sonho. Como, por exemplo, bater à porta de um ex-aluno do MIT para ser entrevistada por ele, fora do prazo de inscrição. Entretanto, ela vê uma grande diferença entre ousadia e iniciativa. “Às vezes, quem tem ousadia extrapola até mesmo os próprios valores para conseguir algo que deseja. Se eu conseguisse um sonho atropelando tudo que acredito, eu não estaria feliz”, diz. Para Bel, são as pessoas que criam a própria sorte. “Há oportunidades que aparecem nas nossas vidas que podem parecer sorte, mas se você parar para pensar, muitas vezes fomos nós que criamos essas oportunidades com nossa iniciativa”, diz. Ela resume esse pensamento em um ditado: “quanto mais trabalho, mais sorte tenho”.
Foi pensando em tudo isso que Bel lançou um livro digital gratuito sobre empreendedorismo, chamado “A Menina do Vale” (www.ameninadovale.com). Ela explica que empreender está relacionado a ter iniciativa para começar algo em que você acredita. Não precisa largar tudo e começar uma empresa. “Você pode empreender dentro de empresa em que trabalha, fomentando ideias ou tornando o ambiente de trabalho mais propício para inovações. Você pode empreender na faculdade, começando grupos sobre assuntos que te interessem”, exemplifica.
Imersa em um ambiente que respira inovação – o Vale do Silício – Bel acredita tanto o setor público quanto o setor privado poderiam facilitar muito mais a criação e crescimento de empresas no Brasil. “Nós brasileiros estamos com sede para empreendeder, somos um povo inovador e trabalhador”, diz. Ela explica que, nos Estados Unidos as leis facilitam bastante para abrir e estruturar empresas. No entanto, Bel não vê a questão burocrática como o ponto mais importante. O principal diferencial norte-americano, segundo ela, é que por lá se compartilham muitas histórias de pessoas que estão empreendendo. São exemplos inspiradores que fazem as pessoas terem mais iniciativa. Outro ponto favorável é a cultura aberta ao erro. “Aqui, errar faz parte do aprendizado. Há até conferências nas quais pessoas hoje super bem sucedidas compartilham seus erros, e o que aprenderam com eles. Como empreendedor, nem tudo dará certo e muitas pessoas podem querem desistir assim que a primeira coisinha der errado. Contanto que você aprenda com o seu erro, e use esse erro para acertar mais rapidamente da próxima vez, você está no caminho certo”, resume.





