compulsão por compras

Compulsão por compras: quando é hora de ligar o sinal de alerta?

No começo, o hábito de fazer uma comprinha para aliviar o estresse, comemorar uma conquista ou “curar” um dia ruim pode parecer inofensivo.

No entanto, quando o impulso de comprar se torna constante, descontrolado e vem acompanhado de culpa, dívidas ou prejuízos nas relações pessoais, é hora de ligar o sinal de alerta.

A compulsão por compras, também conhecida como oniomania, é um transtorno psicológico real e pode afetar a saúde emocional, financeira e até social de quem sofre com o problema.

Compulsão por compras: o que é?

compulsão por compras
(Créditos: Freepik)

De forma geral, a compulsão por compras é caracterizada pela repetição do comportamento, que gera alívio ou prazer momentâneo, mas é seguido de culpa, arrependimento ou até sofrimento. Ou seja, a pessoa perde o controle, mas continua presa ao ciclo.

“É como se o cérebro criasse um atalho para fugir de uma dor emocional, seja qual for. Só que esse atalho, com o tempo, deixa de funcionar e vira um labirinto”, explica a psiquiatra Maria Fernanda Caliani.

Principais sinais de alerta de que é preciso buscar ajuda

(Créditos: Freepik)

Conforme pontua a especialista, a chave para diferenciar uma vontade comum de uma compulsão é o sofrimento envolvido. Se causa dor, culpa, arrependimento ou isolamento, é hora de procurar ajuda.

1. Compras impulsivas e frequentes, sem necessidade real

A pessoa compra itens que não precisa, muitas vezes repetidamente, apenas pelo prazer momentâneo da compra.

2. Sentimento de culpa ou arrependimento após comprar

Após o ato, é comum sentir-se mal, envergonhada ou culpada pelo que foi gasto ou pelo acúmulo de coisas.

3. Uso das compras como forma de lidar com emoções

Comprar se torna uma forma de aliviar estresse, ansiedade, tristeza, solidão ou frustração, funcionando como um “escape emocional”.

4. Dívidas ou problemas financeiros recorrentes

Mesmo diante de consequências como endividamento ou falta de dinheiro para necessidades básicas, a pessoa continua comprando.

5. Negação ou tentativa de esconder as compras

Esconder sacolas, rasgar etiquetas, mentir sobre os valores gastos ou minimizar a frequência das compras são comportamentos comuns.

Como tratar

compulsão por compras
(Créditos: Freepik)

Embora o termo pareça recente, as compulsões são estudadas há décadas. O que mudou, segundo a especialista Maria Fernanda, é o cenário social, que favorece os gatilhos.

“A gente vive em um tempo de recompensa imediata. Tudo é rápido, disponível, digital. Isso alimenta um sistema cerebral que busca dopamina a qualquer custo, mesmo que isso signifique prejuízo financeiro, isolamento social ou desgaste emocional”, esclarece Maria Fernanda.

Ainda assim, é possível ter uma vida equilibrada mesmo convivendo com a tendência à compulsão. O primeiro passo é reconhecer que há um problema.

Em seguida, algumas vertentes para tratar o problema são:

  • Acompanhamento psiquiátrico (com medicação, se necessário);
  • Psicoterapia, especialmente com abordagem cognitivo-comportamental;
  • Grupos de apoio e terapia ocupacional;
  • Mudanças no estilo de vida e nos gatilhos diários.

Comportamento