Emma Corrin, que interpretou a princesa Diana na série “The Crown”, da Netflix, revelou em entrevista recente que se identifica como não-binárie. Aos 26 anos, Emma falou sobre como a abertura para falar nesse assunto permite diálogos essenciais nas mídias atuais, revelando como tem sido sua presença pública sobre o tema.
Emma Corrin é não-binárie
Estrelando a capa da Vogue de agosto, Emma Corrin revelou se identificar como não-binárie. Assim como Demi Lovato e Halsey, Emma contou que utiliza hoje os pronomes “eles/elas” e explicou como tem sido sua transição pública sobre o assunto.
“Me sinto melhor vista quando se referem a mim como ‘eles’, mas meus amigos mais próximos me chamam como ‘ela’, e não me importo, porque sei que eles me conhecem”. A não-binariedade refere-se a pessoas que não se identificam com um único gênero — ou seja, cuja identidade de gênero e expressão de gênero não são limitadas ao masculino e feminino.
Redes sociais e representatividade
https://www.instagram.com/p/CQ8h3DRBDjn/
No ano passado, Corrin postou uma foto praticando o binding, ato onde se prende e oculta os seios por meio de faixas bem apertadas. Sobre a ocasião, destacou que é “muito assustador” falar sobre identidade nas redes sociais. “Em minha mente, gênero simplesmente não é algo que pareça fixo. E não sei se algum dia será; pode sempre haver uma fluidez para mim”.
Sobre sua sexualidade, Emma Corrin revelou percebê-la com a mesma fluidez. “Eu gosto de pessoas. Meu primeiro encontro com uma garota foi tipo, ‘oh, você é uma pequena queer!’, foi incrível”.
Sua família apoiou cada passo de sua autodescoberta. “Eu comecei namorando uma garota e falei para minha mãe, aí meu irmão mais novo me mandou mensagem dizendo, ‘ei, eu queria dizer seja bem-vinda, porque sou bi há décadas'”.
No entanto, olhando pela vida pública, Emma sentiu muita pressão em justificar sua vida íntima nas redes, pois também foi vista namorando homens. “Estou trabalhando todo esse lance complexo de gênero e sexualidade. E ainda, estou saindo com caras? É muita pressão, mesmo se eu estiver muito feliz”.
Mesmo com seus desafios, o Instagram, segundo Emma, pode ser uma ótima frente de diálogo para a comunidade LGBQTIAP+ se aproximar e expor pautas importantes. “Se você tem uma plataforma e puder usá-la, isso é obviamente muito importante — e eu conheci pessoas incríveis por meio dela”.
Por fim, destaca o desejo de que as próximas gerações sejam mais abertas quanto à não-binariedade. “A próxima geração é muito mais tranquila. Eles estão encontrando um jeito de expressar a si mesmo que é menos binário e mais orgânico. Enquanto isso, somos quase uma fase de transição”.