É preciso ser sexy coberto dos pés à cabeça. Na prática Zentai, esse é o desafio. Comum em festas sexuais na China e no Japão, a manifestação fetichista, emergida dos teatros japoneses, já começa a interessar os brasileiros. Ela permite que o praticante libere todos os seus desejos e fantasias e, ao mesmo tempo, preserve a sua identidade, com o uso de vestimentas que escondem, inclusive, o rosto.
O macacão bem justo ajuda a marcar a silhueta. A face é coberta pela mesma peça, que oculta até a área dos olhos. “Os japoneses são os reis do fetiche. As famosas gueixas e o Sokubaku, uma técnica de imobilização do parceiro, são apenas alguns exemplos. Agora, vem o Zentai. De fato, eles são mais discretos e conservadores, e a condição do oculto é muito favorável, porque preserva a identidade. “Não há como descobrir quem é aquela pessoa por baixo da malha”, garante Mariana Mentes, estilista e figurinista de filmes eróticos.
A maior parte dos adeptos é masculina. “Os homens são travados e ainda precisam quebrar tabus. Alguns até assumem que gostam de sex toys na hora H, mas não tomam a iniciativa de comprar. O Zentai pode ser uma fuga para que eles se libertem e experimentem novas coisas”, acredita a estilista.
Mas como se faz sexo com toda essa roupa? O objetivo do Zentai, ao contrário do que se imagina, não é o de chegar às vias de fato. “É algo mais lúdico, sensual. Isso, porém, não significa que não possa rolar. No entanto, é preciso ter mais intimidade”, conta Mariana. Como designer da moda erótica, ela já pensa em modelos e estampas para vestir os futuros praticantes. “Para as mulheres, as estampas de bicho e malhas brilhantes vão deixá-las poderosas. Já para os homens, algo de cor forte, malhas de cores únicas ou listradas”, sugere.
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