
Entrar num carro, virar a chave e seguir em frente pode parecer tarefa corriqueira para muitas mulheres. Já para outras, é um desafio enorme, consequência de uma ansiedade comum, presente em outros momentos de nossa vida; ou de um sentimento maior, que prejudica o nosso dia a dia. Qualquer que seja o caso, o importante é identificar o obstáculo para que ele possa ser resolvido.
Conversando sobre medo e ansiedade
A ansiedade é útil e necessária para a nossa sobrevivência, é saudável quando não atrapalha a nossa vida. O lado bom da ansiedade está ligado ao fato de que ela serve como estímulo e motivação. Em função dela, planejamos e temos forças para executar nossos projetos de vida. mas quando a emoção começa a gerar sofrimento, prejudicando a vida de quema sente, dizemos que ela assumiu seu lado patológico.
Os sinais da ansiedade patológica são: tremores, dor de cabeça, tensão muscular, falta de ar, fadiga, rubor, palidez, palpitações, insônia, irritação. Quando a ansiedade é considerada patológica, dizemos que há presença de um transtorno de ansiedade.
Assim como a ansiedade, o medo possui dois lados: normal e acentuado. O normal garante a nossa segurança, fazendo com que avaliemos quais situações são perigosas ou não para a nossa saúde. Dizemos que a sensação de medo é normal quando estamos diante de uma ameaça real. Mas, se esse medo surgir em uma situação que não afronta diretamente a nossa saúde, dizemos que existe uma fobia.

A fobia de dirigir pode leva-la a se afastar totalmente da situação aversiva (dirigir) ou realizar a atividade com comprometimento.
As pessoas que têm medo de dirigir relatam as seguintes preocupações: ser observado, errar na frente dos outros, atrapalhar o outro, ser criticado, machucar alguém. Tmabém é comum que elas tenham algumas características: são excessivamente perfeccionistas, detalhistas, autocríticos e não lidem bem com a exposição do erro.
Essas características acabam justificando o afastamento do ambiente trânsito, já que este é inseguro e dinâmico. O afastamento impede que o treino aconteça, deixando a pessoa cada vez mais insegura.
Tratamento para o medo de dirigir
O tratamento contra a fobia, feito com a ajuda de um profissional, permite que você controle o seu lado emocional, equilibrando-se, e retome o treino de direção, já que a habilidade motora deve ser restabelecida.
A base do tratamento se dá por meio das técnicas de Terapia Comportamental Cognitiva e pode ser individual ou em grupo. Como resultado, as pessoas se dentem mais seguras de si, habilidosas na prática da direção e confiantes em relação ao trânsito.

Guia de autoajuda
- Sempre que a ansiedade bater e você achar que não é capaz de encarar o volante, reflita sobre as seguintes questões.
- Quanto mais treino, mais habilidade motora.
- O enfrentamento é a palavra chave para a solução da fobia.
- Planeje pequenos passos por vez, pequenas metas.
- Você tem o direito de dirigir, mesmo que não tenha tanta habilidade.
Também coloque em prática pequenos enfrentamentos:
- Se você sabe dirigir, dê voltas em seu quarteirão e amplie o trajeto aos poucos. Você vai sentir a ansiedade diminuir gradativamente.
- Procure não pensar no que pode acontecer. Esse é o maior problema dos fóbicos: sofrer por antecipação.
* As psicólogas Cecília Bellina e Cláudia Ballestero estudam o comportamento de motoristas e suas consequências no trânsito há mais de duas décadas. Juntas, usam o conhecimento das técnicas da psicologia comportamental para tratar pessoas com fobia de dirigir.