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Devido ao vitiligo, doença que causa despigmentação da pele de forma heterogênea, a jovem Larissa Sampaio passou anos de sua vida se escondendo atrás de roupas compridas e uma camada de maquiagem diária no rosto, mas, a partir de 2019, estes deixaram de ser hábitos comuns para ela. Incentivada a não cobrir mais as manchinhas, ela agora as adora – e inspira ao fazer trabalhos de modelo ao natural.
Modelo inspira com aceitação do vitiligo
Quando as primeiras manchinhas do vitiligo começaram a aparecer em Larissa aos cinco anos de idade, ela não se importou muito porque, segundo ela, eram pequenas e pouco aparentes. Com o passar dos anos, no entanto, elas aumentaram, e ela teve uma adolescência bastante difícil devido aos comentários que os colegas da escola faziam sobre sua pele por puro preconceito.
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Em entrevista ao “Encontro” (Rede Globo), Larissa relembrou as ofensas e os efeitos delas em sua autoestima. “Recebia muitos apelidos de coleguinhas para me machucar, e foi assim durante muito tempo”, desabafou a moça, que acabou se tornando bem tímida. “Eu ficava muito acanhada, escondia minhas manchinhas… A oportunidade que eu tinha para esconder, escondia”, disse, contando que usava roupas compridas e maquiagem.
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A situação, segundo ela, a acompanhou durante cerca de 12 anos – e era assim até nos dias mais quentes do verão de Brasília, onde vive até hoje. “Eu estudava à tarde. Imagine o sol e eu com roupa tampando todo o meu corpo. Sentia muita vergonha de mim, infelizmente”, disse ela. Após tanto tempo, porém, ela se libertou a partir de conselhos dados a ela por um agente.
“Eu tive o convite para ir a uma agência de modelos e, lá, conversei com o agente. Ele me desafiou a não usar mais maquiagem no rosto, falou para não tampar minhas manchinhas, que isso era o diferencial e me tornava única”, disse ela, afirmando que o incentivo constante dos próprios pais também a ajudou a criar forças. “Com o tempo, fui começando a me aceitar”, comentou.
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Com a abertura para começar a fazer trabalhos como modelo, Larissa se encontrou então em uma carreira que nunca cogitou perseguir, e passou também a ver a doença com carinho. Apesar de ainda ter ficado insegura durante seu primeiro ensaio sem esconder as manchinhas do corpo, ela conseguiu se soltar e, ao ver o resultado das fotos, percebeu o próprio poder.
“Recebi um convite para fazer minhas primeiras fotos e teria que ir sem passar maquiagem alguma no rosto para tampar minhas manchinhas. Eu fiquei supertímida, só que com o tempo fui me soltando. Quando vi o resultado das fotos, vi o quão linda eu era com essas manchinhas, o quanto isso me deixava diferente, eu só consegui ficar sorrindo e agradecer”, disse ela.
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Em seu ensaio preferido até hoje, ela chegou a ter a pele “maquiada”, mas não de forma convencional. Para as fotos, algumas das manchinhas de Larissa foram pintadas com tinta colorida, e ela se orgulha muito do resultado. “Mostra que o vitiligo é a minha arte”, afirmou a modelo, que também está ganhando espaço nas passarelas e inspirando muita gente com seu trabalho.
No Instagram, onde publica diversas mensagens com mensagens de empoderamento e autoaceitação, Larissa recebe mensagens diárias a elogiando pela atitude e compartilhando as próprias experiências. “Espero pelo dia em que eu conseguirei me aceitar com vitiligo também”, escreveu uma seguidora da modelo. “Parece um céu, poucas nuvens e muitas lindas estrelas”, disse outra sobre a beleza única de Larissa.
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