O grande problema que está escondido por trás de “A Lagoa Azul” e ninguém notou

por | ago 31, 2021 | Comportamento

Lançado no cinema em 1980, o filme “A Lagoa Azul” foi um verdadeiro sucesso de público e ficou entre as dez maiores bilheterias daquele ano, apesar de ter sido rejeitado pela crítica especializada.

O longa-metragem estrelado por Brooke Shields e Christopher Atkins conta a história de duas crianças abandonadas em uma ilha paradisíaca e que, ao atingirem a adolescência, acabam se apaixonando.

Apresentado como um romance açucarado repleto de paisagens deslumbrantes, “A Lagoa Azul” esconde um grande problema que quase ninguém notou na época de sua estreia e que só foi alvo de debate muitos anos depois. E no centro da polêmica estava justamente a estrela do filme.

Brooke Shields e a sexualização precoce em Hollywood

Brooke Shields começou a trabalhar como modelo ainda na infância e, quando foi escalada para protagonizar “A Lagoa Azul”, já era bastante conhecida no mercado publicitário. Até hoje, com 56 anos de idade, a atriz tem seu nome citado como exemplo de beleza.

Brooke tinha 14 anos quando atuou em “A Lagoa Azul” e aparecia seminua em grande parte do filme. Em várias sequências, a atriz fazia topless com os cabelos escondendo os seios.

No filme, a personagem vivida por Brooke até aparece nua, mas as cenas de nudez foram feitas por uma dublê maior de idade. O fato, no entanto, não minimiza o problema da erotização infantil mostrada na tela. Afinal, o público associaria o corpo nu da dublê à imagem da atriz, então adolescente.

No mesmo ano em que “A Lagoa Azul” chegou aos cinemas, Brooke Shields estrelou uma campanha do jeans Calvin Klein que gerou polêmica. No anúncio em vídeo, a atriz aparecia com maquiagem carregada e, em pose sensual, dizia: “Sabe o que existe entre meu jeans Calvin e eu? Nada.”

A propaganda gerou controvérsia por seu conteúdo e chegou a ser banida de alguns canais de televisão. Na época, Brooke tinha 15 anos e, novamente, era “vendida” como uma mulher sedutora.

Apesar de ser o filme mais famoso de Brooke Shields, “A Lagoa Azul” não foi o primeiro trabalho da atriz no cinema. Em 1978, por exemplo, ela começaria a ficar conhecida após estrelar “Pretty Baby – Menina Bonita”, longa dirigido Louis Malle.

“Pretty Baby” consegue ser ainda mais problemático quando falamos em sexualização precoce em Hollywood. O filme conta a história de uma garota de 12 anos que tem sua virgindade leiloada em um bordel e que, no fim, se casa com um fotógrafo bem mais velho do que ela.

Brooke Shields tinha 11 anos quando filmou “Pretty Baby” e teve sua imagem veiculada a sexo e erotismo. O mais impressionante é que, na época, nada disso foi discutido e a presença de uma criança em tais situações não causou nenhum tipo de espanto ou indignação.

A escalação de Brooke para sua personagem em “Pretty Baby” ocorreu devido a um outro fator igualmente perturbador. A então jovem modelo chamou a atenção dos produtores do filme ao ser vista em uma série de fotos realizada por Gary Gross, um polêmico fotógrafo de nu artístico.

Nas sessões de Gross, Brooke Shields aparecia muito maquiada, completamente nua e em poses sensuais. Ela tinha somente 10 anos de idade e o trabalho foi aprovado por Teri Shields, a própria mãe da famosa, que era também sua agente.

Brooke Shields conheceu a fama internacional ao aparecer em “A Lagoa Azul”. O filme, no entanto, não resultou em um avanço em sua carreira. Após o sucesso da obra, a atriz continuou recebendo propostas para interpretar o mesmo tipo de personagem: o da adolescente ingênua descobrindo sua sexualidade.

A partir do momento em que passou a amadurecer, Brooke Shields aparentemente foi vista por Hollywood como uma mulher “normal” e não mais como uma “ninfeta”. A indústria, portanto, perderia o interesse na atriz, que só conseguiria nos anos seguintes participações pouco relevantes no cinema.

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