“Atenção! Respeitável público! Vai começar o maior espetáculo da Terra! O circo já chegou…”. Palhaços entram dando cambalhotas, o mágico tira coelhos da cartola, macacos andam de bicicleta e homens voam em trapézios. Provas de superação humana e brincadeiras de gente grande. O universo do circo é incrível, desde o seu surgimento. É um mundo tão significativo que possui até data comemorativa: 27 de março – Dia Nacional do Circo. Sendo assim, no dia de sua festa, abram-se as cortinas!
Como primeira atração, a explicação da própria data: é uma homenagem ao Palhaço Piolin, que nasceu em 27 de março de 1897, em Ribeirão Preto, São Paulo. E que tinha esse nome por ser magro feito um barbante. Foi considerado por todos como o “Rei dos Palhaços”. Título que, convenhamos, não é para qualquer um. Morreu aos 76 anos de idade, após muitas estripulias pelo Brasil. Antes de “sair dos palcos”, afirmou que o circo não tinha futuro e que todos teriam que lutar por ele para que não perecesse. E ele não pereceu.
Hoje, em tempos de Cirque Du Soleil, Cirque Plume e Circo Nacional da China, com seus shows modernos, a platéia continua rindo e se emocionando com os olhos vidrados nos números apresentados. E melhor: muitas vezes passando para o lado de dentro do picadeiro – atualmente “montado” até em academias de ginástica. Por incrível que pareça, a cultura circense repleta de brincadeiras tem se espalhado. Duvida? Que venha então a atração seguinte! Por favor, palmas!
Entendendo um pouco sobre a magia
Agora, momento de concentração e silêncio. Mantenha o foco no número para não perder nenhum detalhe. E eles são muitos, afinal, as artes circenses existem há tempos. Pelo menos, é o que mostraram as primeiras pinturas de 4.000 a.C. com desenhos de malabaristas, contorcionistas e equilibristas – rastros encontrados na China, e posteriormente no Egito, Índia e Grécia. No entanto, tais habilidades só vieram a se tornar parte de um evento pago em Londres, no século XVIII, com Philip Astley, um jovem suboficial inglês. Estes espetáculos ganharam força e se desenvolveram plenamente no século XIX, através de companhias espalhadas pela Europa e América.
Mas foi apenas em meados do século XX que estes show passaram a concorrer com formas mais modernas de comunicação de massa. Com tanta concorrência, estes espetáculos tiveram que mudar para manter a atenção das pessoas, permitindo que inovação, tecnologia e grandes apresentações multimídias passassem a ter vez embaixo das lonas. É o que pode ser chamado de Circo Contemporâneo.
No Brasil, o circo foi associado a grupos ciganos oriundos da Europa, antes mesmo de Astley. Viajantes se apresentavam nas cidades com tendas, festas, bebedeiras e exibições artísticas. Já no século XIX, mantendo sua característica itinerante, o circo tradicional passou a existir no país. Com uma presença forte de um palhaço falante, diga-se de passagem. Diferentemente das figuras da Europa, que eram mais mímicos. Marmeladas e goiabadas passaram a ter, sim senhor, destaque na programação. E assim o circo brasileiro foi se moldando.
E em 1977, atenção para o momento auge da história, surgiu, em São Paulo, a primeira escola de circo no Brasil, chamada Piolin. Já em 1982, foi a vez da Escola Nacional de Circo, no Rio de Janeiro, que passou a transformar jovens de todas as classes sociais em especialistas desta arte. De modo que hoje, temos inúmeros grupos que fazem o mesmo trabalho, como a Intrépida Trupe, os Acrobáticos Fratelli, Os Parlapatões, Patifes e Paspalhões, a Nau de Ícaros, o Circo Mínimo, o Circo Escola Picadeiro e o Teatro de Anônimo. Companhias que, se não formam profissionais, passam, pelo menos, para frente um pouco desse mundo encantado.
Palmas… Fecham-se então as cortinas e descem do teto mulheres e homens pendurados…