Veterana na indústria do cinema, Sandra Bullock entende o mecanismo que rege Hollywood. Aos 57 anos, ela tem uma carreira já consagrada e com maior poder de decisão sobre os papéis que aceita fazer.
Sobre isso, a atriz revelou, em entrevista ao The Hollywood Reporter, como enfrenta o ageísmo na indústria e as desconstruções essenciais que os atores precisam movimentar para filmes mais representativos, que reflitam e acompanhem os tempos atuais.
Sandra Bullock comenta ageísmo em Hollywood
Citando seu filme mais recente, ” Cidade Perdida“, Sandra Bullock revelou que gostou muito das desconstruções propostas em sua personagem. Entre elas, o desafio do ageísmo, preconceito com envelhecimento que é muito comum em Hollywood.
“Gosto que não tenho 25 (no filme)”, pontuou a estrela, destacando como as protagonistas femininas costumam ser sempre muito jovens. Essa postura também impacta na estrutura de campanhas cinematográficas. “Mulheres de uma certa idade, que não seja 18, não saem todo fim de semana. Nós temos muita coisa pra cuidar, como famílias e carreiras”, desabafou.
Após “Cidade Perdida”, a atriz anunciou uma pausa na carreira para focar em seus filhos. Vale lembrar que entre atuações e produções, a filmografia de Bullock conta com pelo menos 50 filmes.
“Não quero estar presa na agenda de ninguém além de mim mesma. Estou esgotada. Estou tão cansada, que não estou apta a fazer decisões saudáveis e inteligentes, reconheço isso”, desabafou.
Inversão de estereótipos foi condição para Sandra Bullock aceitar papel
Sandra Bullock contou na mesma entrevista que, quando recebeu o primeiro contato da Paramount, produtora responsável pelo longa “Cidade Perdida”, ela dispensou o papel.
No entanto, não parava de pensar no projeto e resolveu dar uma segunda chance, com uma importante condição: Bullock disse ao estúdio para que invertessem os papéis, fazendo uma heroína corajosa e um homem sensível. A ideia era criar um movimento que contrariasse os papéis de gênero tradicionais e desse frescor à aventura.
“Não haviam obstáculos para a personagem feminina. E o masculino, nós já vimos antes”, disse a atriz. “Gosto de ter um parceiro de cena disposto a mostrar muitos aspectos de si, que tradicionalmente não são mostrados em filmes porque eles ‘precisam’ criar um ‘herói de ação’. E o Chan disse ‘vamos lá'”. No filme, ela contracena com Channing Tatum.