Corpo sarado, olhos verdes, 1,80 m, 80 kg, solteiro e… Para! Se essa é a descrição daquele cara incrível que você conheceu pela internet e com quem, desde então, não para de trocar mensagens sem nunca tê-lo visto sequer pela webcam, você pode estar sendo enganada. Por mais sedutora que seja a ideia de encontrar o par perfeito sem precisar deixar o aconchego do lar – e ela realmente é –, não se deve ignorar os riscos que envolvem um relacionamento virtual. Seja pelas mentirinhas quase que inofensivas ou, até mesmo, pelos crimes relacionados à falsidade ideológica, a web está repleta de pessoas mal intencionadas.
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Mas o que leva uma pessoa a se passar por outra? Segundo a psicóloga Marisa de Abreu, existem muitas explicações. “Pode ser por diversão ou por graves problemas emocionais e comportamentais. Podem ser pessoas ingênuas e sem maldade alguma, mas também podem ser pessoas cuja intenção é ferir os outros deliberadamente. Apesar disso, só consideramos que seja uma patologia quando tal comportamento é algo no qual a pessoa se sente compelida a agir assim e não consegue ter controle por mais que tente, causando prejuízos de alguma ordem a si mesmo ou aos outros.”, explica.
Como saber se você está sendo enganada pela internet
As mentiras mais comuns são o abuso dos recursos do Photoshop e mentir sobre o status de relacionamento – comprometidos que se passam por solteiros – e, até mesmo, sobre sua identidade e gênero, sendo difíceis de serem identificadas logo de cara. “Não há detectores de mentiras quando não se está frente a frente. Talvez por isso a internet seja onde mais ocorrem mentiras. Na psicologia existem estudos em que pesquisadores se internaram em clínicas de saúde mental descrevendo distúrbios específicos com o objetivo de mostrar que sintomas de ordem psicológica são muito complicados para serem negados por quem os ouve. Percebemos com as mentiras na web que o inverso também acontece, ou seja, uma pessoa que tem sérios problemas pode demonstrar comportamentos normais e convencer a qualquer um”, finaliza Marisa.
Entretanto, mesmo as farsas mais elaboradas deixam rastros. O primeiro passo é atentar-se ao comportamento da pessoa com relação a criar vínculos. Não ter nenhuma rede social e inventar desculpas para não falar por telefone, por vídeo e pessoalmente já pode indicar que a pessoa do outro lado do monitor esconde algo. Vale ressaltar que a aparência não está necessariamente ligada ao caráter. Marcar encontros em lugares públicos, preservar informações pessoais que sejam confidenciais e evitar se expor são algumas medidas necessárias para evitar surpresas ainda mais desagradáveis que descobrir uma mentira tarde demais.