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Mais um caso de assédio marca a passagem de profissionais femininas pela Copa do Mundo de 2018. Desta vez, o alvo foi a jornalista brasileira Laura Zago. Durante transmissão para a CBF TV, a repórter foi beijada à força por um homem que passou pelo local. No Instagram, a jornalista desabafou sobre a agressão.
“Eu não fui a primeira e, infelizmente, não serei a última a passar por esse tipo de constrangimento. Não é que aqui na Copa do Mundo isso esteja acontecendo, acontece sempre. Aconteceu comigo 3 vezes nesta Copa, mas já aconteceu com colegas de profissão no Brasil. Um foi brasileiro, esse do vídeo sérvio e o outro russo”, declarou a repórter.
Este não é o primeiro caso de assédio no evento e Laura aproveitou para relembrar que atitudes como essa não são brincadeira.
“Isso não é piada e não é uma brincadeira no momento de êxtase do jogo. É um desrespeito, eu estudei, me preparei, cheguei aqui na Rússia e não é pra ficar sendo desrepeitada durante o meu trabalho. Isso não tem graça. E achar isso normal é corroborar com uma ideia machista que mulheres estarão sempre à mercê desse tipo de atitude”, desabafou.
Campanha “Deixa Ela Trabalhar”
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Laura é repórter da Confederação Brasileira de Futebol e o perfil oficial da instituição republicou a postagem no Instagram com a hashtag “#DeixaElaTrabalhar”. Trata-se de um movimento liderado por jornalistas esportivas contra o assédio.
“Uma iniciativa das jornalistas que trabalham com esporte. Contra o machismo, desrespeito e assédio nos estádios, ambiente de trabalho, redações, rede social e onde quer que aconteçam”, diz o manifesto da página oficial no Facebook.
Não à toa, a campanha se provou – mais uma vez – muito necessária e importante. Como a própria jornalista ressaltou, ela não foi a primeira a sofrer este tipo de abuso.
Assédio na Copa do Mundo
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Pouco antes da partida entre Japão e Senegal, em Ecaterimburgo, a repórter Júlia Guimarães estava prestes a entrar ao vivo, para a TV Globo, quando um torcedor tentou beijá-la. “Eu não te autorizei a fazer isso. Nunca! Ok? Isso não é educado, isso não é certo. Nunca faça isso com uma mulher. Respeito!”, exclamou a repórter no vídeo que flagrou o momento.
Em outra transmissão, a repórter colombiana Julieth Gonzalez Theran teve os seios apalpados e foi beijada sem consentimento por um torcedor enquanto fazia uma entrada ao vivo para um jornal alemão na cidade de Saransk.
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Além das mulheres que estão na Copa do Mundo para trabalhar, as torcedoras, turistas e locais também já foram vítimas de assédio. O primeiro caso absurdo que ganhou destaque envolveu torcedores brasileiros: sob o pretexto de ensinar “cantos de torcida” a uma mulher russa, fizeram com que ela repetisse – sem saber- palavras que remetiam ao órgão sexual feminino.
No texto de Laura Zago, a jornalista convoca a todos para o debate sobre assédio.
“Gritar o nome do time, fazer festa durante o nosso trabalho faz parte do evento, o futebol tem esse momento de alegria e êxtase. E que bom! Mas há uma distância bem grande entre você fazer uma festa e ser assediada. Não é isso que vai me parar de correr atrás dos meus sonhos, mas precisamos falar sobre assédio. #deixaelatrabalhar”, pontuou.
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