O choro é uma das principais ferramentas de comunicação da criança antes que ela seja capaz de dizer o que está sentindo com palavras. Mas nem sempre decifrar o que as lágrimas querem dizer é uma tarefa fácil. “O choro pode indicar qualquer desconforto: frio, calor, fome, excesso de barulho ou de luz. E ainda que existam diferenças de ritmo, intensidade e freqüência entre os choros de dor e os demais, adivinhar o significado de cada um não depende apenas de suas características acústicas mas de todo um contexto, tal como a rotina e o horário, algo que apenas o conhecimento mútuo entre mãe e bebê poderá desvendar”, esclarece Erika.
Quando os pais não compreendem o que o filho está querendo dizer, podemos estar diante de um segundo momento do desenvolvimento da linguagem da criança em que o sentido não precisa mais ser atribuído pelos pais, pois ela já produz pela fala e pelas atitudes um jeito próprio de conceber o mundo
O processo de entendimento leva tempo, por isso, ao não conseguir interpretar o choro do filhote, não se desespere! “Verifique se ele não está com fome, sono, febre ou precisando que lhe troquem a fralda. E fique atenta ainda aos indícios não-verbais: o olhar da criança, os gestos, os movimentos que ela faz com a cabeça e com o próprio corpo. Eles auxiliam no entendimento”, afirma Alessandra. Mas lembre-se de que ainda que todos esses indícios ajudem a mãe a tentar compreender a criança, não garantem que ela conseguirá fazê-lo sempre. “É preciso tempo para compreender o bebê”, diz Erika. E Ana Lúcia completa: “Quando os pais não compreendem o que o filho está querendo dizer, podemos estar diante de um segundo momento do desenvolvimento da linguagem da criança em que o sentido não precisa mais ser atribuído pelos pais, pois ela já produz pela fala e pelas atitudes um jeito próprio de conceber o mundo”.
Aos dez meses de idade, o bebê começa a aprimorar sua produção oral. Estabelece uma distinção entre consoantes e vogais e os balbucios se aproximam da língua falada. As outras formas de expressão vão sendo substituídas pouco a pouco, mas nunca abandonadas. “Ainda adultos, usamos a expressão facial, gestual e a voz como formas de manifestação que complementam a fala”, lembra Erika. Com um ano, o bebê já é capaz de se comunicar oralmente.