Brincar é uma importante forma de comunicação, que além de possibilitar o processo de aprendizado da criança, facilita no desenvolvimento da autonomia e da criatividade. Quem afirma é a pedagoga Márcia Murillo. Segundo ela, ao brincar a criança constitui novos laços de confiança com o mundo. “Por meio das brincadeiras para crianças elas podem enfrentar desafios e aumentar suas relações sociais”, explica.
Leia também:
Risco de acidentes domésticos aumenta nas férias
Meu filho é agressivo. E agora?
Qual é a melhor idade para ir à escolinha?
A pedagoga afirma que, brincando, a criança vivencia diferentes complexidades: cria hipóteses, resolve problemas, interpreta, explora, deduz, seleciona, categoriza, constitui e afirma formas de interagir com o mundo. “Ao conviver com seus pares, as crianças lidam com os combinados construídos pelo grupo, o que faz com que aprendam a respeitar a opinião do próximo e a compartilhar ideias”, diz.
A presença do adulto neste brincar também é de grande importância, pois, dessa forma, eles conseguem perceber como elas agem e interagem em diferentes situações e criam um espaço de aproximação entre eles, proporcionando trocas e diálogos, e transformando o momento de brincar num tempo de descobertas e constituição do ser humano. “Brincar é, acima de tudo, um momento fundamental no desenvolvimento dos pequenos, mas também é a possibilidade de encontros e aprendizados para os adultos”, afirma.
De acordo com Márcia, os adultos devem ficar atentos para alguns pontos importantes, como:
– Afirmar sua confiança na criança, valorizando a brincadeira e não a desmerecendo;
– Buscar participar deste momento, estar próximo, interagindo e conversando com a criança;
– Sugerir e proporcionar novas possibilidades ao brincar, proporcionando escolhas diferenciadas, seja no formato dos materiais ( brinquedos, utensílios domésticos, blocos de madeiras, pedaços de tecidos, entre outros), seja nos espaços escolhidos;
– Considerar que, ao brincar, a criança se envolve de tal forma que sua noção do tempo passa a ser outra, e o tempo do relógio, que regula a vida adulta, não é considerado;
– Respeitar e valorizar o momento do brincar, que deve ser ofertado a todas as crianças, independente da idade ou condição social.