Como evitar queimaduras, brotoejas e desidratação na 1ª vez do bebê na praia?

No verão, as famílias que viajam para a praia com bebês pela primeira vez precisam tomar alguns cuidados, principalmente para não irritar a pele da criança, que ainda é muito sensível. A dermatologista Gladys Mouessati Abud explica que não existe um consenso sobre qual idade a criança deve começar ir à praia, mas, no geral, o ideal é a partir dos seis meses, quando o uso de alguns tipos de protetores solares já são liberados.

Sol faz mal para bebês?

Segundo ela, desde o nascimento os bebês podem tomar banho de sol, com orientações e restrições para cada faixa etária. Mas, no caso de bebês de até seis meses, é importante evitar a exposição solar prolongada. “São suficientes 15 minutos por duas a três vezes por semana, sem o uso de filtro solar, para manutenção dos níveis adequados de vitamina D. A partir dos seis meses, a recomendação é utilizar filtros solares adequados para idade, sempre evitando os horários de pico solar, que é das 10 às 16 horas”, diz.

Além do sol, que pode causar queimaduras, levar um bebê para a praia pode elevar o risco de irritações como brotoejas, pele seca e desidratação. Por isso, o uso de roupas leves de algodão, com proteção solar e bonés também é necessário. E a criança deve ficar embaixo do guarda-sol e mais próxima da parte úmida da areia, onde há menor concentração de fezes de animais, que podem causar infecções na pele. “O guarda-sol geralmente não é feito de material capaz de realizar a fotoproteção adequada. Portanto, não adianta manter a criança na sombra sem outra proteção mecânica, pois os raios solares atingem a pele. Além disso, a areia também reflete os raios”, explica.

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Jeito certo de usar o protetor

O uso do protetor solar, para ser eficaz, precisa ser feito da forma correta, o que muitas vezes não acontece. “O protetor solar deve ser aplicado 15 minutos antes da exposição e 30 minutos antes da imersão em água. Prefira realizar a primeira aplicação em casa, antes de vestir a roupa. E reaplique a cada duas horas ou após longas imersões na água.  É essencial que seja uma quantidade generosa de fotoprotetor, pode ser até mesmo duas camadas de forma consecutiva para dobrar a quantidade”, orienta.

Bebê no mar

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Já a salinidade do mar é benéfica à saúde do bebê, por conter micronutrientes. Mas pode causar ressecamento da pele. Outro cuidado é em relação à temperatura. “Os bebês não devem ser colocados em ambientes com água gelada. Por ainda terem a barreira cutânea imatura, perdem bastante calor, ou seja, eles sentem frio com muita facilidade. Quando a criança começa a andar, ela também desenvolve o gosto pela brincadeira com o vai e vem das ondas. É nessa época que o bebê tolera melhor a água fria e começa a criar uma relação com o mar”, explica. Também é importante evitar a submersão devido a riscos de dores de ouvido. 

A água do mar pode afetar ainda o couro cabeludo, que fica mais sensível, sobretudo se somado à exposição solar. Por isso, ainda na praia, o excesso de sal e areia deve ser retirado tanto da pele como dos cabelos e das vestimentas. “O ideal é limpar a pele com água doce e trocar a roupa de banho por outra sequinha. Outra dica é evitar o uso de fraldas na água, pois elas retêm bastante umidade e facilitam o aparecimento de assaduras”, diz.

Cuidados com a pele do bebê

Os cuidados devem continuar depois que o bebê voltar da praia. “Os pais devem dar banho no filho imediatamente, para limpar o suor e tirar resquícios do protetor solar da pele do bebê e, depois, hidratar com cremes específicos. Se a pele ficar avermelhada, são indicados cremes calmantes com aloe vera ou camomila e pasta d’água para aliviar o desconforto”, finaliza.

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