A pipoca faz parte da infância de todo mundo e sempre marca presença nas festinhas, parquinhos ou mesmo durante uma sessão de cinema em casa. Mas é preciso ter muito cuidado, especialmente com crianças que ainda não aprenderam a mastigar bem: engasgar é o menor dos problemas.
O caso do pequeno Nash, de apenas três anos, viralizou no Facebook e chamou atenção para os perigos de oferecer esta guloseima a bebês.
A mãe de Nash relatou o drama do menino em post que ultrapassou 143 mil compartilhamentos. Enquanto viam TV em casa, Nash engasgou com uma pipoca, mas logo parou de tossir e continuou a assistir o filme. Três dias depois, ele apresentou febre e dificuldade para respirar. O menino foi levado ao pediatra, que precisou fazer uma broncoscopia.
Pneumonia causada por pipoca
O resultado do exame foi alarmante: “Ele aspirou pipoca para dentro do pulmão quando engasgou. O corpo reconheceu como um objeto estranho, e a inflamação desenvolveu uma pneumonia. Durante a cirurgia, o médico retirou seis pedaços. Estava tão inflamado que ele não sabia se tinha retirado tudo, então mandou agendar outra cirurgia”, contou a mãe de Nash.
Na segunda operação, o médico conseguiu retirar o último pedaço de pipoca que ainda estava no pulmão. Depois disso, Nash se recuperou bem. “Se eu não tivesse confiado nos meus instintos e levado ele para o médico, não acabaria tão bem”, observou a mãe. Ela disse ter ouvido um sermão do pediatra: segundo ele, não se deve oferecer pipoca a ninguém com menos de cinco anos.
Quando pode dar pipoca para a criança?
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) inclui a pipoca na lista dos alimentos de “risco potencial para a aspiração” e que não devem ser oferecidos a crianças menores de quatro anos. O agravante é a casca do milho, que costuma ficar presa nos dentes e até na garganta. Se ela causa incômodo até nos adultos, imagine para crianças que ainda nem desenvolveram a dentição completa.
O caso de Nash não foi o primeiro: em 2006, a menina Allison Hale, de dois anos, engasgou com pipoca em casa e morreu asfixiada. Na autópsia, foram encontrados pedaços alojados nas cordas vocais, brônquios e pulmão. Depois disso, pediatras norte-americanos chegaram a fazer campanha para incluir uma advertência nos rótulos das pipocas, semelhante às dos brinquedos com peças pequenas.
O que fazer em caso de engasgamento
No Brasil, segundo a ONG Criança Segura, a sufocação e o engasgamento são a terceira principal causa de morte acidental de crianças. Caso algum alimento fique preso na garganta, deve-se virar o pequeno de bruços e dar palmadas nas costas. Se não adiantar, é preciso ir para o hospital imediatamente.
Mesmo que a criança se sinta aliviada após um engasgamento, é preciso monitorar possíveis sintomas de aspiração de corpo estranho. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), ela pode continuar tossindo e esboçar sons suspeitos, como chiados no peito quando não há casos de alergia na família. Nesta situação, o melhor procedimento é o encaminhamento a um serviço de saúde.