DIU – dispositivo intrauterino

DIU é uma sigla para abreviar dispositivo intrauterino e consiste em um dos métodos contraceptivos mais utilizados em todo o mundo. Ou seja, evita a fecundação: interação espermatozoide-óvulo. Constitui-se de polietileno, medicado com cobre ou progesterona. Antigamente, usava-se o chamado DIU não medicado (inerte), fabricado somente com o material plástico (polietileno) e não mais disponível no mercado, já que tem mecanismo de ação controverso, sendo considerado, por alguns, como abortivo.

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O mecanismo básico de ação do DIU é a reação inflamatória causada no endométrio, camada mais interna do útero, tornando aquele ambiente hostil para o espermatozoide e, por conseguinte, para a fecundação. Contudo, dependendo do tipo de substância nele presente ocorrem outras alterações que aumentam a eficácia contra a fertilização.

A ação do DIU é imediata e a fertilização é restaurada rapidamente após sua retirada

A eficácia de qualquer método anticoncepcional é medida pelo número de falhas deste método, ou seja, número de gestações que ocorreram com sua utilização ao fim de um ano, em 100 mulheres. O DIU possui uma eficácia semelhante a da esterilização cirúrgica, como a laqueadura tubária (ou “ligadura”) e a vasectomia.

A melhor época para a colocação do DIU é o período menstrual. E deve ser colocado pelo especialista, e é feito ambulatorialmente, após um exame ginecológico completo. Hoje em dia, cresceu a prática de colocação do DIU durante o exame de histeroscopia, no qual uma ótica muito fina é introduzida pelo canal vaginal até a cavidade uterina, avaliando-a por uma câmera. Nesta análise, tem-se a visualização de anormalidades que podem dificultar a implantação do dispositivo ou mesmo contraindicá-lo (por exemplo, a presença de infecções – endometrite), diminuindo, assim, o risco de complicações e de perfuração uterina.

A ação do DIU é imediata e a fertilização é restaurada rapidamente após sua retirada. Porém, é um método que tem algumas contraindicações: gravidez ou suspeita de gravidez, anormalidade uterina, doença inflamatória pélvica atual, sangramento genital sem etiologia conhecida etc.

Os riscos de intercorrências e a presença de efeitos colaterais, como alteração no sangramento menstrual, sangramento de escape, aumento do fluxo menstrual e presença de cólicas, referentes ao DIU de cobre; ou sangramentos irregulares (fora do período menstrual), cefaléia, náuseas, depressão e, menos comumente, acne e ganho de peso, com relação ao DIU de progesterona.

Outras diferenças são referentes aos distintos mecanismos de ação. A principal ação do DIU é agir como um corpo estranho na cavidade uterina causando uma reação inflamatória crônica. O DIU de cobre ainda apresenta uma grande ação espermicida e bactericida, além de tornar o muco cervical hostil à passagem do espermatozóide.

E o DIU com progesterona tem um efeito local mais exuberante, pois causa uma atrofia no endométrio, fazendo com que a mulher não ovule em 25% dos casos, tornando o muco cervical espesso e causando uma barreira à passagem do espermatozóide. No entanto, ambos diminuem a chance de gravidez tubária.

O DIU de cobre apresenta como benefício principal sua longa duração, podendo atingir 10 anos na cavidade, contra os cinco anos do DIU medicado com progesterona. Podemos citar ainda outro benefício: o não uso hormonal, pois não interfere no leite materno, não afeta as relações sexuais nem o apetite sexual e não interage com outra medicação.

Em contrapartida, os benefícios do DIU com progesterona são encontrados durante o ciclo menstrual, como a redução da quantidade e duração do fluxo menstrual e a diminuição das cólicas menstruais, sem alterar a pressão arterial e/ou metabolismo dos lipídeos.

A decisão pela colocação do DIU deve ser muito bem discutida com seu ginecologista, todas as dúvidas e explicações devem ser elucidadas, inclusive em relação ao preço dos dispositivos, já que os medicados com progesterona são bem mais caros em relação aos DIUs com cobre.

Por mais eficaz que seja este método contraceptivo (evita a gravidez), o DIU não protege a mulher das doenças sexualmente transmissíveis, necessitando a associação de um método de barreira (preservativo masculino ou feminino).