Endometriose é a principal causa de infertilidade

Mariana Bueno

Do Bolsa de Bebê

Uma doença silenciosa e, muitas vezes, assintomática, atinge cerca de 7 a 10 milhões de mulheres no Brasil e é a principal causa da infertilidade: a endometriose.

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Alguns sintomas característicos, como cólicas menstruais de forte intensidade e dores e desconforto constantes na relação sexual, não necessariamente significam que a mulher tenha a doença. O ginecologista Cláudio Batista, da FMP/Fase, explica que a endometriose não pode ser prevenida e o tratamento pode ser com uso de hormônios ou cirurgia, dependendo de cada caso. “Mesmo sendo uma doença benigna, pode apresentar evolução dramática com mutilações graves para as portadoras. O diagnóstico preciso em  muitos casos é difícil, mas é importante que, havendo qualquer sintoma, um especialista seja procurado, já que outras condições ginecológicas também podem apresentar sintomas semelhantes ao da endometriose”, afirma. A principal ferramenta para o diagnóstico é a história clínica e o exame físico da paciente.

A endometriose é uma doença em que o endométrio, camada que reveste a cavidade uterina, se localiza em outros lugares como, por exemplo, ovário, cicatriz umbilical, etc. A faixa etária mais comum de aparecimento é a do período reprodutivo, ou seja, dos 15 aos 40 anos.

O ginecologista explica que existem várias teorias a respeito da doença, mas até hoje nenhuma delas foi definida como a causa principal. “Uma das causas mais prováveis para a endometriose na cavidade  pélvica, parede abdominal e cicatriz umbilical é o transporte mecânico durante cirurgias sobre o útero, como a cesariana, ou o refluxo do sangue menstrual pelas trompas durante o período menstrual”, diz.

O número de mulheres portadoras de endometriose varia entre 2 a 22% em pacientes sem sintomas; 21 a 40% nas que têm dificuldade de engravidar; e 15 a 60% nas mulheres com dor pélvica. Ela pode existir sem deixar sequelas ou levar a consequências graves. As duas principais são a infertilidade e a necessidade de cirurgia no aparelho disgestório, inclusive com a instalação de colostomia (desvio do trânsito intestinal para a parede abdominal, com a evacuação passando a ocorrer numa bolsa plástica). Mas ter endometriose não significa que a mulher não possa engravidar. “Tudo depende da extensão da doença. Mas os tratamentos clínicos e cirúrgicos adequados é possível minimizar as consequências da doença e permitir que a mulher engravide sim”, afirma o ginecologista.