Mal o bebê deu os primeiros passos e os papais já estão preocupados em desenvolver todas as potencialidades do pequeno. E que tal seria se fosse possível aliar desenvolvimento intelectual com muita diversão? As artes plásticas e a música prometem inúmeros benefícios: aumentam a capacidade de aprendizado, melhoram o relacionamento social da criança, promovem autoconhecimento e garantem a formação de um adulto seguro e capaz de lidar bem com as frustrações, tudo de forma descontraída e prazerosa.
“As artes são uma verdadeira brincadeira para a criança e uma ferramenta essencial para seu desenvolvimento saudável. Elas possibilitam o contato e a exploração de diferentes materiais sensoriais. Ao mesmo tempo que trabalham a coordenação motora, estimulam a criatividade”, analisa Maria Gabriella Ribas, psicóloga do Espaço de Desenvolvimento Criança em Foco, em São Paulo. “Por isso, ao contrário do que muita gente pensa, não é um tempo perdido, mas uma forma de fazer a criança se sentir respeitada, amada e com suas habilidades desenvolvidas”, garante a especialista.
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Ainda no útero materno, o bebê já pode usufruir de todos esses benefícios. “Foi comprovado que as mães que ouvem música durante a gravidez e continuam a sua prática no pós-natal têm crianças com níveis de inteligência e de capacidade de aprendizagem superiores às crianças que não mantêm a prática da música”, revela a pedagoga Erica Pereira.
Além disso, as canções relaxam a mamãe durante a gravidez e são lembradas pelo bebê mesmo depois do nascimento. “Eles se recordam dos sons e chegam a ter as mesmas reações que tinham na vida intrauterina. Ao pegar a criança no colo e cantar para que ela durma, a voz da mãe lembra o ritmo do coração que ela ouvia ainda no ventre, transmitindo sensação de bem-estar e segurança”, confirma a especialista.
O estudo musical ajuda os pequenos mais indisciplinados em sala de aula, fortalecendo e melhorando a coordenação motora, ampliando o raciocínio, reduzindo os problemas disciplinares e dando uma forcinha extra em diversas disciplinas como Matemática e Português
Por isso mesmo, para os pedagogos e especialistas em música, não há idade certa para a criança entrar em contato com os instrumentos musicais. “Desde bebê é importante estimulá-la a bater um tambor ou somente tocar nas teclas de um piano. E, com o crescimento, ela começa a criar sua própria identidade e é capaz de escolher os instrumentos que mais a agradam”, ensina Erica.
Aprendizado em foco
Certamente você já ouviu falar que crianças que escutam música clássica quando pequenas tornam-se mais inteligentes, não é mesmo? O “Efeito Mozart”, como é conhecido, tem fundamento para os especialistas. “Ao ouvirem músicas clássicas, de estrutura mais complexa, a criança facilita a ocorrência de determinados padrões neurais necessários para atividades superiores, culminando numa maior facilidade em lidar com a matemática e o xadrez, por exemplo”, revela Erica.
Tal constatação já havia sido feita pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. Os pesquisadores norte-americanos descobriram que após seis meses tendo aulas de piano, crianças pré-escolares tinham desempenho 34% melhor em testes de raciocínio do que aquelas que não tinham nenhum treino.
Por isso mesmo, o estudo musical ajuda os pequenos mais indisciplinados em sala de aula, fortalecendo e melhorando a coordenação motora, ampliando o raciocínio, reduzindo os problemas disciplinares e dando uma forcinha extra em diversas disciplinas como Matemática e Português. “Está comprovado que a música é capaz de facilitar o aprendizado da língua oral nativa e mesmo estrangeira, já que o som e a letra podem ser usados em sala de aula até mesmo para a explicação de outros assuntos”, exemplifica a pedagoga.