Mãe viraliza no mundo todo ao mostrar que seu leite saiu azul: isso é normal? Entenda!

maio 10, 2019

Recentemente, a internet ficou um pouco chocada com um relato de amamentação de uma mãe que contou ter ficado com o leite azul alguns dias depois de sua filha ter tomado vacinas.

Ao compartilhar sua história no Facebook, Jody Danielle Fisher, que vive na cidade de Birmingham, na Inglaterra, afirma acreditar que o leite materno azul é, na verdade, resultado de uma resposta imunológica de seu corpo aos reagentes das vacinas que foram aplicadas na pequena. Mas será que isso é possível? Entenda:

Mãe diz que leite mudou de cor

Através de seu Facebook, a inglesa compartilhou um fato, no mínimo, curioso acontecido com ela, alguns dias depois de sua filha ter recebido algumas doses de vacinas.

De acordo com ela, que pratica a amamentação prolongada, apenas dois dias após a filha Nancy, de 13 meses, ser vacinada, seu leite materno começou a apresentar uma cor diferente da comum e ficou azulado.

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10157242725160120&set=a.10150338617715120&type=3&theater

O post acabou viralizando e Jody conta que após uma pesquisa na internet soube que a mudança na cor do leite aconteceu como uma resposta de seu corpo para fortalecer o sistema imunológico da filha. Mas será que isso é possível?

O leite materno pode mudar de cor?

De acordo com a pediatra Mariana Palhares, responsável pelo Banco de Leite do Hospital Anchieta, o leite materno pode mudar de cor até mesmo ao longo do dia, mas não podemos responsabilizar a possível resposta imunológica causada pelas injeções que a bebê tomou, pois alguns hábitos da mãe podem causar a mudança de cor do leite materno.

“O leite materno muda de composição ao longo do dia e também pode sofrer alteração de acordo com os alimentos que são ingeridos pela mãe. Esse leite de coloração azulada, na verdade, ele é branco e tem esse brilho que faz parecer azul, é normal”, fala.

Outro ponto levantado pela médica, é que não existem ainda pesquisas científicas que cravem o fato de que as reações à vacina do sistema imunológico do bebê causem mudanças na composição do leite materno.

Por que o leite fica azul?

Contudo a pediatra fala que uma das possíveis explicações para o leite azul é uma maior ingestão de um alimento específico por parte da mãe.

“Quando a mãe faz ingestão mais rica em folhas verde escuras, aumenta a chance de ficar com essa coloração azulada, que foi mostrada no post. Às vezes, com criança doente a mãe tende a se preocupar um pouco mais e faz uma alimentação mais saudável”, sugere.

Também é importante ter em mente que a imunização causada pelas vacinas não acontece assim tão rapidamente. De acordo com a Secretaria Executiva de Atenção à Saúde do Governo do Estado de Pernambuco, o sistema imunológico quando exposto a determinado germe, pode levar algumas semanas para produzir anticorpos em quantidade adequada para combatê-lo.

Ou seja, mesmo que o sistema imune da criança “conversasse” com o da mãe através da amamentação, a resposta não aconteceria tão rapidamente como informou a britânica em seu post.

Cor do leite pode indicar problema?

As lactantes mais atentas não precisam ficar preocupadas em relação a um possível perigo associado à cor do leite na hora da ordenha. Mariana explica que, através da cor do leite materno, não é possível verificar se o alimento apresenta ou não um risco para o bebê.

“A cor é um aspecto físico que não é determinante para os critérios de qualidade desse leite. Nós não levamos em consideração a cor do leite para dizer se é bom ou ruim, isso não faz parte dos critérios de classificação de qualidade desse leite”, explica.

A médica alerta que existem, sim, mulheres proibidas de amamentar por questões diversas, como as que possuem o diagnóstico de HIV – vírus causador da AIDs – ou o do retrovírus chamado HTLV positivo. Existem também situações em que as mães não devem amamentar por um período de tempo os bebês.

Por exemplo, se a mãe pegar catapora cinco dias antes ou dois dias depois que o bebê nasceu, deve ser um período no qual também precisa ser evitada a oferta do leite materno. Já casos mais comuns, como a mastite que acaba por acometer muitas mulheres durante a amamentação, não exigem uma proibição no aleitamento materno, já com outra questão comum como a gripe é preciso alguns cuidados.

A composição do leite materno muda?

Já é de conhecimento comprovado que a composição do leite materno muda, sim, por fatores como a idade do bebê e até mesmo a alimentação da mãe.

“O leite muda de sabor de acordo com o começo, meio e fim da mamada e com a alimentação materna. Assim, é importante que a mãe tenha uma refeição saudável e variada, para que quando esse bebê passar a se alimentar, não encare aquele sabor da fruta ou do legume como uma novidade. Vai ser já um sabor conhecido”, afirma o pediatra Moisés Checkinski.

Uma dica para as mamães que estão amamentando é ficar de olho na alimentação e sempre buscar orientação médica e nutricional. De acordo com Mariana, a famosa “lenda” de que alguns alimentos causam cólicas nos bebês também não é uma associação comprovada cientificamente.

“Não existe nenhuma contraindicação com relação aos alimentos, que possam passar direto para o leite e atrapalhar a qualidade de vida do bebê. Isso inclui as cólicas. Não há comprovação científica de algum alimento que possa desencadear cólica no bebê. Da mesma forma que não há nenhum alimento que a mãe vá gerir e terá aumento diretamente na produção do leite”, fala.

No geral, a dieta da lactante precisa ser equilibrada e alguns pontos precisam de mais atenção, como o uso de remédios.

“A dieta materna tem que ser equilibrada, não tem nenhuma contraindicação com relação à alimentação, pode ingerir tudo que quiser, só tomar cuidado com álcool, cigarro e drogas ilícitas. Alguns medicamentos são proibidos na amamentação, é preciso ter atenção também”, finaliza.